Emissão Renascença | Ouvir Online

Eurogrupo só volta a negociar após referendo na Grécia

01 jul, 2015

Presidente Jeroen Dijsselbloem lamenta o impasse nas negociações, sobretudo pelo povo grego que quer permanecer parte da zona euro.

Eurogrupo só volta a negociar após referendo na Grécia
EPA/OLIVIER HOSLET
Os ministros do Eurogrupo só vão retomar as conversações sobre a Grécia depois do referendo marcado para domingo.
 
A notícia foi avançada pelo ministro eslovaco das Finanças, Peter Kazimir, e confirmada minutos depois numa mensagem do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

“Dada a situação política, a rejeição das anteriores propostas e do referendo que terá lugar no domingo, a que o Governo grego já apelou ao ‘não’, consideramos que não existe base para mais negociações. Não haverá mais negociações nos próximos dias, nem ao nível do Eurogrupo nem entre as autoridades gregas e as instituições sobre propostas ou acordos financeiros. Vamos esperar pelo resultado do referendo no domingo, tendo em conta os resultados dessa consulta”, declarou o presidente do Eurogrupo.

A decisão de só retomar as negociações após o referendo foi tomada numa cimeira extraordinária do Eurogrupo realizada, esta quarta-feira à tarde, através de vídeoconferência.

Numa declaração após a reunião, Jeroen Dijsselbloem lamentou o impasse nas negociações: “Finalmente, apenas posso lamentar a situação, dada a grande determinação do povo grego para fazer parte da Europa e permanecer parte da zona euro e nós apoiamos essa determinação”, referiu.

O primeiro-ministro grego confirmou hoje a realização de um referendo à proposta de acordo apresentada pelas instituições europeias e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Alexis Tsipras apela ao voto no "não", argumentando que o apoio popular daria mais força ao Governo de Atenas nas negociações com os credores.

A chanceler alemã garantiu, esta quarta-feira, que a "porta está sempre aberta para negociações com o Governo grego". No parlamento alemão, Angela Merkel afirmou, no entanto, que a Grécia "abandonou unilateralmente negociações que estavam a ser bem-sucedidas" e que a Europa "tem o direito de reagir". Reiterou que só aceita novas negociações depois do referendo "a que a Grécia tem direito".

O Papa Francisco mostrou-se preocupado com as notícias sobre a situação económica e social da Grécia e pede responsabilidade à Europa.

"A dignidade da pessoa humana deve permanecer no centro de qualquer debate político e técnico, assim como na tomada de decisões responsáveis", lê-se num comunicado emitido pelos serviços de comunicação do Vaticano.

[notícia actualizada às 19h02]