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Voltar a falar com a Grécia? Depois do referendo, diz Merkel

01 jul, 2015

Primeiro-ministro grego escreveu nova carta a aceitar, com algumas condições, a proposta dos credores internacionais. Ministro das Finanças alemão diz que “não há base para negociações sérias”.

Voltar a falar com a Grécia? Depois do referendo, diz Merkel
A chanceler alemã Angela Merkel garante que a "porta está sempre aberta para negociações com o governo grego", mas as conversações só vão ser retomadas depois do referendo "a que a Grécia tem direito".

A chanceler alemã Angela Merkel garante que a "porta está sempre aberta para negociações com o governo grego". No parlamento alemão, a chanceler afirmou, no entanto, que a Grécia "abandonou unilateralmente negociações que estavam a ser bem-sucedidas" e que a Europa "tem o direito de reagir".

Merkel reiterou também que só aceita novas negociações depois do referendo "a que a Grécia tem direito".

Na mesma linha, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, diz que a carta com as condições de Alexis Tsipras, apresentada esta quarta-feira, para aceitar um acordo com os credores internacionais não é suficiente.

"Isto não esclareceu nada", disse Schauble, acrescentando que actualmente não existe uma base para negociações sérias com Atenas.

"Em primeiro lugar, a Grécia tem de ter claro aquilo que quer", afirmou o ministro, numa conferência de imprensa de apresentação do orçamento alemão.

Numa conferência de imprensa, Schauble recorda que o programa de resgate expirou na terça-feira e que não é possível "agir simplesmente como se ainda estivesse a decorrer", acrescentou o ministro.

Já Merkel afirmou que “a Grécia não tem [capacidade para] causar uma catástrofe”, mas notou que os montantes associados ao pedido grego [cerca de 30 mil milhões para um novo plano] “não são inultrapassáveis”.

Duas propostas impossíveis, uma a estudar
A reunião por teleconferência dos ministros das Finanças da zona euro, que deveria acontecer esta manhã, foi adiada para as 16h30 (hora de Lisboa). O anúncio do adiamento foi dado pelo chefe de gabinete do presidente do Eurogrupo através da rede social Twitter, tendo informado que o encontro acontece mais tarde por "pedido de vários ministros".

Esta reunião acontece depois de na terça-feira ter terminado o programa de resgate à Grécia e ter expirado também o prazo para Atenas reembolsar o Fundo Monetário Internacional em quase 1.600 milhões de euros.

Ao fim da tarde de terça-feira, depois de um pedido de última hora de Atenas para uma extensão do programa de assistência, os ministros das Finanças da zona euro reuniram-se numa teleconferência de emergência.

Na sua conta de Twitter, o ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb, indicou que a proposta apresentada terça-feira pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, continha três pedidos, e escreve que dois, a extensão do actual programa e um perdão de dívida "não são possíveis", enquanto o terceiro, um novo empréstimo do mecanismo europeu de estabilidade, será analisado segundo "o procedimento habitual", ou seja, mais tarde.

A reunião desta quarta-feira à tarde deverá servir para o Eurogrupo analisar em mais detalhe a carta dirigida na terça-feira pelo primeiro-ministro grego ao presidente do conselho de governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, e ao presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.