Não há qualquer hipótese de os ministros do Eurogrupo disponibilizarem fundos para a Grécia evitar a entrada em incumprimento esta terça-feira à meia-noite, avançou uma fonte oficial do órgão que reúne os ministros das Finanças da Zona Euro.
"De maneira nenhuma o Eurogrupo vai disponibilizar fundos para a Grécia pagar ao FMI esta noite", sublinhou a mesma fonte, em declarações à Reuters.
Pouco antes, a Grécia pediu esta terça-feira à União Europeia um novo acordo de financiamento a dois anos para salvar o país da crise, anunciou o gabinete do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
Num documento dirigido ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o governo grego afirma que "continua à mesa das negociações" e "propôs hoje [terça-feira] um acordo de dois anos" para cobrir as suas necessidades de financiamento.
A proposta surge horas antes do fim do prazo para a Grécia reembolsar o Fundo Monetário Internacional (FMI) em quase 1.600 milhões de euros.
Na última segunda-feira, numa proposta de "última hora" feita, através do telefone, a Alexis Tsipras pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, os credores previam concessões em matérias como o IVA da hotelaria, que ficaria em 13% e não em 23%, e nas pensões mais baixas.
Bruxelas aceitaria ainda discutir uma reestruturação da dívida. Em troca, segundo a Reuters, era pedido ao executivo helénico que aceitasse o acordo por escrito, até ao fim desta terça-feira, e a defesa do "sim" no referendo de domingo.
Já esta terça-feira, a chanceler alemã, contrariando este aparente volte-face, apresentou uma outra versão. "A última oferta da Comissão que conheço é a da última sexta-feira e não posso dizer mais nada", afirmou Angela Merkel, depois de Bruxelas ter dito que propôs uma solução de "última hora" a Tsipras.
No entanto, a dirigente alemã reafirmou que "a porta continua aberta" para novas negociações com Atenas.