O ministro das Finanças grego confirmou hoje que a Grécia não vai reembolsar o empréstimo de cerca de 1.600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vence esta terça-feira.
Yanis Varoufakis foi questionado por jornalistas que o esperavam à entrada do Ministério das Finanças em Atenas. "Não", respondeu laconicamente, antes de entrar no ministério.
Anteriormente, a ministra-adjunta das Finanças grega tinha afirmado que Atenas não iria reembolsar o empréstimo, salvo se fosse encontrada uma solução de última hora que permitisse enfrentar este pagamento e evitar entrar em "incumprimento". Nadia Valavani afirmou em declarações à televisão pública que o pagamento ainda seria possível se a Grécia conseguisse os 1.800 milhões de euros dos rendimentos dos títulos de dívida gregos de 2014 que estão nas mãos do Banco Central Europeu (BCE).
A ministra insistiu que para fazer o reembolso não seria necessário um novo acordo com as instituições (Comissão Europeia, BCE e FMI) porque faz parte do programa de resgate vigente.
Uma fonte oficial grega, citada pela agência Reuters,
garante haver “iniciativas”, sem revelar quais. Ainda ontem, Jean-Claude Juncker falou ao telefone com Alexis Tsipras.
Processo para declarar incumprimento Até às 18h00 horas em Washington (00h00 em Lisboa), a Grécia pode efectuar este reembolso que agrupa três pagamentos de Junho, caso contrário entrará em incumprimento em relação ao FMI.
Se a Grécia não pagar esta terça-feira, é iniciado um processo de tramitação, que, como recordou Valavani, pode durar um mês até que seja declarado o incumprimento.
Uma vez que se confirme que a Grécia não pagou, espera-se que a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, informe o Conselho Executivo da instituição, possivelmente no mesmo dia.
Um dia crucial para a liquidez da Grécia voltará a ser quarta-feira, quando se espera que o Conselho de Governadores do BCE decida se mantém a provisão de créditos de urgência à banca grega.