Emissão Renascença | Ouvir Online

Passos sobre a Grécia. "Ninguém pode dizer que está imune"

29 jun, 2015

Primeiro-ministro assegura que Portugal não foi "apanhado desprevenido" e que a Europa tem sido solidária com os gregos.

Passos sobre a Grécia. "Ninguém pode dizer que está imune"

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garante que do ponto de vista financeiro Portugal não foi "apanhado desprevenido" pela situação de instabilidade na Grécia, mas "ninguém pode dizer que está imune".

“Durante vários meses temos condições para enfrentar esse tipo de volatilidade do ponto de vista do Estado”, declarou o chefe do Governo, referindo-se à "almofada" financeira que permite ao Estado não recorrer ao crédito durante algum tempo.

Em declarações aos jornalistas, Passos Coelho defendeu um reforço da coesão na Zona Euro para evitar o efeito contágio de uma possível saída da Grécia.

“Aquilo que importa é reforçar a coesão dos países que compõe hoje a Zona Euro, isso é muito importante para evitar o contágio financeiro. O que me parece mais delicado são as questões de natureza política que se podem colocar ao nível da Zona Euro para futuro. Se a Grécia sair do euro, já é menos improvável do que há algum tempo,  haja uma solução robusta da Zona Euro, que os 18 que ficam possam mostrar essa resiliência e, por outro lado, que se ajude a criar condições para que a Grécia possa resolver os seus problemas”.

Questionado se tem havido falta de solidariedade da Europa em relação à Grécia, Passos Coelho considera que os Estados-membros e instituições têm dado apoio ao Governo de Atenas.

“Não creio que se possa dizer que há falta de solidariedade na Europa. A Grécia recebeu das instâncias europeias mais de 200 mil milhões de euros, o que não aconteceu em mais nenhum país da Europa. A Grécia tem tido uma expressão clara da solidariedade europeia”, frisou o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho falava esta segunda-feira, em Braga, à margem da renovação da parceria entre a empresa Bosch e a Universidade do Minho.

Meta do défice não está em causa, mas há riscos
O primeiro-ministro afirma que "todos os indicadores" apontam para que a meta do défice orçamental de 2,7% em 2015 seja alcançada, mas admite que "há riscos".

"Não há nenhum elemento hoje que nos leve a pensar que a nossa meta está em causa", refere Passos Coelho.

Na sua nota rápida sobre as contas nacionais das administrações públicas, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) refere que o défice global das administrações públicas registado no primeiro trimestre foi de 5,8% do PIB.

Para a UTAO, este "desvio desfavorável" face ao objetivo anual é "um factor de risco" para cumprir a meta do défice de 2015, de 2,7%.

[notícia actualizada às 21h21]