Emissão Renascença | Ouvir Online

Falta de acordo com a Grécia terá "resultados imprevisíveis", alerta Cavaco

18 jun, 2015 • Paula Caeiro Varela, em Bucareste

"As instituições europeias estão mais bem preparadas para enfrentar um acidente com um país da zona do euro", mas "alguns efeitos ocorrerão e não serão efeitos positivos", diz Presidente.

Falta de acordo com a Grécia terá "resultados imprevisíveis", alerta Cavaco

O Presidente da República ainda espera um acordo na vigésima quinta hora, mas revela apreensão e dúvidas sobre as possibilidades de um entendimento sobre a Grécia e reconhece que os resultados da falta de acordo são "imprevisíveis" e até que pode haver efeitos que "não serão positivos".

Em Bucareste, na Roménia, onde termina esta quinta-feira a sua visita oficial, Cavaco Silva disse que tinha recebido informações positivas, mas os prazos são apertados e, sem acordo, os resultados são "imprevisíveis".

"Há aqui toda uma dúvida sobre aquilo que fará o BCE quanto à cedência de liquidez à banca grega", afirmou o Presidente, que fez questão de apontar "erros" à diplomacia helénica. "Foram feitas declarações bastante agressivas, o que não favorece o diálogo."

"Embora se diga – e eu concordo – que as instituições europeias estão mais bem preparadas para enfrentar um acidente com um país da zona do euro, alguns efeitos ocorrerão e não serão efeitos positivos", avisou o Presidente.

Quanto a Portugal, em linha com o que tem afirmado o Governo, Cavaco sublinhou que o país tem uma reserva de recursos financeiros para aguentar durante vários meses.

Cavaco Silva acredita que, quanto a impactos na política interna, os portugueses sabem ver hoje as diferenças: "O povo português compreende bem a diferença entre a situação de Portugal e a situação da Grécia e reconhece que os dois países seguiram caminhos diferentes na execução dos planos de ajustamento." Um caminho que deu resultados, como o Presidente da República não se cansou de sublinhar nestas visitas de Estado à Bulgária e à Roménia.

Cavaco considera que o povo grego percebe hoje que a "realidade é diferente do sonho ou das promessas eleitorais" e que foram cometidos erros bastante fortes na diplomacia grega. As regras são para todos, insistiu Cavaco, e, mesmo com o desejo expresso de acordo, repetiu que não pode haver excepções.