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Adolescente de 14 anos condenado por planear atentado em Viena

26 mai, 2015

O menor de origem turca, que vai cumprir oito meses de prisão efectiva, pretendia juntar-se aos jihadistas na Síria após o ataque.

A justiça austríaca condenou a dois anos de prisão um adolescente de 14 anos, acusado de planear fazer explodir uma bomba numa estação de Viena, no Outono, em nome do autodenominado Estado Islâmico (EI).

Depois do atentado, o jovem de origem turca, que vai cumprir oito meses de prisão efectiva, pretendia juntar-se aos jihadistas na Síria.

Julgado por "participação num atentado terrorista", o acusado reconheceu os factos, no tribunal de Sankt-Polten, a 70 quilómetros a oeste de Viena.

Devido à idade do acusado, que já cumpriu cinco meses em detenção, a pena máxima era de cinco anos de prisão efectiva.

O adolescente terá entrado em contacto com representantes do EI em Viena e procurava fabricar uma bomba que iria fazer explodir em Westbahnhof, uma das principais estações ferroviárias da capital austríaca. Em seguida, queria partir para a Síria.

Durante o inquérito, as autoridades encontraram numerosas imagens extremamente violentas de propaganda do EI no computador, telefone e consola de jogos.

Chegado à Áustria em 2007, o adolescente "cresceu sem pai" e foi colocado numa escola para crianças com grandes dificuldades, onde "as perspectivas profissionais são quase inexistentes", por isso "procurou ser reconhecido, pertencer a um grupo", disse o advogado de defesa Rudolf Mayer. "Conseguem imaginar o poder de uma propaganda que diz aos jovens, cuja existência parece não ter sentido, ‘podes fazer qualquer coisa boa e terás dinheiro e mulheres por isso?’, argumentou o advogado, que disse ter ficado satisfeito com a sentença do tribunal.

A avaliação psiquiátrica do adolescente estabeleceu que, apesar de "falta de maturidade", o acusado era penalmente responsável pelos actos.

Mais de 200 pessoas, incluindo mulheres e menores, viajaram da Áustria para a Síria e Iraque, de acordo com as autoridades. Cerca de 70 suspeitos regressaram ao país e vários aguardam julgamento.