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Germanwings. Co-piloto ensaiou descida fatal em voo anterior

06 mai, 2015

O A320, que fazia a ligação entre Barcelona e Dusseldorf, acabou por embater nos Alpes. As 150 pessoas, de 15 nacionalidades, que seguiam a bordo morreram.

Germanwings. Co-piloto ensaiou descida fatal em voo anterior
A 24 de Março, um avião comercial cai em plena Europa com 150 pessoas a bordo. Provoca choque, multiplica perguntas e o mistério adensa-se com a revelação de que o co-piloto terá deliberadamente feito despenhar o aparelho, um A320. Atinge novo pico quando os investigadores encontram atestados médicos que indicam que o jovem de 28 anos deveria ter estado de baixa naquele dia. Esta é uma síntese de 72 horas em que a capacidade de choque perante a tragédia conheceu novos limites.
O co-piloto Andreas Lubitz, suspeito de ter provocado deliberadamente a queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses, ensaiou a descida fatal numa viagem anterior, segundo os investigadores.

O teste onde praticou a descida de altitude aconteceu no mesmo dia da tragédia, a 24 de Março, mas no sentido Dusseldorf- Barcelona. Os investigadores, citados pela agência Reuters, revelaram que nesse voo o co-piloto ignorou as repetidas tentativas de contacto feitas a partir de terra quando foi detectada essa mudança de altitude.

O relatório preliminar indica que ele activou o piloto automático e fez descer o aparelho para os 100 pés, por cinco vezes, enquanto esteve sozinho no cockpit.

A queda do voo 4U 95245, que efectuava a ligação Barcelona-Dusseldorf, causou 150 mortos.

A investigação ao acidente em França concluiu que o piloto do voo da Germanwings se ausentou do "cockpit", provavelmente para usar os sanitários, tendo sido impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta. Nesse período, Andreas Lubitz, de 28 anos, accionou "deliberadamente" o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho. O avião acabou por embater numa montanha, matando todos os passageiros e tripulantes.

O gabinete do procurador de Dusseldorf, que investiga o caso, confirmou que o co-piloto foi tratado no passado por ter tendências suicidas. E uma ex-namorada contou que Andreas estava a receber tratamento psiquiátrico e que planeava fazer algo que o fizesse entrar para a história. O jornal alemão “Bild” publicou uma entrevista com uma mulher que diz ter tido um relacionamento com ele em 2014.

O grupo Lufthansa anunciou que um consórcio de seguradoras, liderado pela alemã Allianz, destinou 279 milhões de euros para indemnizações decorrentes da queda do Airbus A320 nos Alpes franceses, a 24 de Março.