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Cartoonistas do “Charlie Hebdo” rejeitam comparações com ataque no Texas

05 mai, 2015

Dois homens armados lançaram um ataque contra um concurso de caricaturas de Maomé no estado norte-americano do Texas.

Cartoonistas do “Charlie Hebdo” rejeitam comparações com ataque no Texas
Dois jornalistas do “Charlie Hebdo” rejeitaram eventuais semelhanças entre o atentado ao jornal satírico francês e o ataque ocorrido no domingo nos Estados Unidos, visando um concurso de caricaturas de Maomé no Texas.

"Não há qualquer comparação possível", realçou Jean-Baptiste Thoret, crítico de cinema do Charlie Hebdo, que escapou ao atentado de Janeiro porque chegou atrasado ao trabalho, em declarações ao jornalista Charlie Rose da televisão norte-americana PBS.

Dois homens armados foram abatidos no domingo pela polícia de Garland, nos subúrbios de Dallas, quando se aproximaram de carro do Curtis Culwell Center, onde decorria um concurso de caricaturas do profeta Maomé, abrindo fogo. Os suspeitos foram identificados como Elton Simpson, um norte-americano muçulmano de 30 anos, nascido no Illinois e residente em Phoenix, no estado do Arizona, e Nadir Soofi, seu companheiro de quarto.

A intervenção da polícia foi rápida porque já estava em curso uma operação de segurança, liderada por uma equipa das forças especiais para tentar travar possíveis ataques.

"Como referiu, vocês têm um tipo de movimento anti-islâmico [no Texas] e o problema do ‘Charlie Hebdo’ não é de todo o mesmo, frisou.

Gérard Biard, chefe de redacção do jornal francês, acrescentou: "Não organizamos concursos. Só fazemos o nosso trabalho. Comentamos as notícias. Quando Maomé 'salta' para as notícias, nós desenhamos Maomé".

A 7 de Janeiro, a redacção do Charlie Hebdo foi atacada por dois jihadistas, que mataram 12 pessoas, incluindo cinco caricaturistas, entre os quais o director do jornal Stéphane Charbonnier.