03 mai, 2015
A presidente da câmara de Baltimore, nos Estados Unidos, levantou a ordem de recolher obrigatório que tinha sido aplicada por causa das manifestações que se seguiram à morte de um homem sob custódia policial.
"Levantei, com efeitos imediatos, a ordem que instituía o recolher obrigatório em toda a cidade", disse Stephanie Rawlings-Blake, através da sua conta na rede social Twitter.
"Quero agradecer às pessoas de Baltimore pela sua paciência", acrescentou.
A presidente da câmara disse ainda que teve sempre a intenção de não manter o recolher obrigatório para além do que fosse estritamente necessário.
A ordem de recolher obrigatório, que ia das 22h00 às 5h00, foi imposta no dia 28 de Abril, depois de a cidade ter sido palco de cenas violentas, desde pilhagens de lojas, destruição de montras ou carros da polícia incendiados.
No entanto, os protestos mais recentes têm sido pacíficos e havia um número crescente de membros da comunidade e comerciantes locais a pedirem o levantamento do recolher obrigatório.
A decisão da responsável surge dois dias depois da procuradora de Baltimore, Marilyn Mosby, ter anunciado que a morte de Freddie Gray, falecido uma semana depois de detido, é um "homicídio" e que seis polícias estão acusados pelo crime.
Os seis polícias, que já tinham sido suspensos de funções, estão acusados de homicídio involuntário e assassínio em segundo grau.
Na mesma altura, o Presidente Barack Obama disse que é "absolutamente vital" que a verdade sobre a morte do homem afro-americano fosse revelada.
Freddie Gray foi detido a 12 de Abril quando, ao estabelecer contacto visual com agentes da polícia, começou a correr.
Já detido, o jovem foi transportado numa carrinha policial, onde terá sofrido uma lesão cervical, que acabou por determinar a sua morte uma semana depois. Seis agentes da polícia foram suspensos.
Freddie Gray transformou-se num novo símbolo, como já tinha acontecido com o adolescente afro-americano Michael Brown (morto a tiro por um polícia em Ferguson, Missouri) no verão de 2014, da violência policial e da atitude de desconfiança que existe entre as forças policiais e as minorias nos Estados Unidos.