Emissão Renascença | Ouvir Online

Portugueses no Nepal estão bem mas quase sem comunicações

27 abr, 2015

Entre os sete portugueses no Nepal, quatro estão nos Himalaias, participando numa expedição.

Portugueses no Nepal estão bem mas quase sem comunicações

Os sete portugueses referenciados como estando no Nepal na altura do violento sismo que sacudiu o país no fim-de-semana estão bem mas com muitas dificuldades em comunicar.

A Renascença falou esta segunda-feira de manhã com dois dos portugueses. Estão a tentar procurar assistência que poderá ser dada por Embaixadas de Países da União Europeia uma vez que Portugal tem apenas um cônsul honorário naquele país.

Os dois procuram apoio junto da Embaixada de Espanha e estão bem de saúde.

Os telefones praticamente não funcionam, mas nalguns locais há internet disponível e está a ser usada como meio para comunicar com o exterior.

Já Luís Almeida, um dos quatro portugueses que está nos Himalaias há uma semana numa expedição, disse esta segunda-feira à agência Lusa que "estão todos bem", apesar das dificuldades causadas pelo sismo.

"Estamos bem. É o meu quarto ano consecutivo nos Himalaias. Esta expedição já era assumidamente de grande aventura, pois a zona é pouco conhecida e muito remota, e encontrámos condições climatéricas adversas", adiantou.

Luís Almeida explicou na mensagem via telemóvel que, devido ao sismo, "o trilho era inexistente ou estava cortado por avalanches ou deslizamentos de terra e rochas, tornando o trajecto mais difícil".

"Tivemos de montar o campo base a cerca de 4400 metros, não era possível ir mais além. Fizemos um cume de apenas 5.480 metros em quatro horas", disse ainda.

Uma fonte da família de Luís Almeida disse à Lusa que os quatro portugueses que estão nos Himalaias há uma semana "estão bem", mas "com muitas dificuldades de comunicação".

A mesma fonte disse que os quatro portugueses, residentes em Coimbra e no Porto, ainda não pediram ajuda e estão a tentar chegar hoje a uma aldeia (Tal).

No sábado, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, garantiu que os sete portugueses referenciados como estando no Nepal, na altura do sismo, "estão todos bem" e não há notícia de qualquer ferimento.

O número de mortos na sequência do forte sismo de magnitude de 7,9 na escala de Richter de sábado atinge quase os quatro mil, de acordo com fontes oficiais do Nepal e de países vizinhos.

O sismo, de magnitude 7,9 na escala de Richter, foi registado no sábado e teve o epicentro a cerca de 80 quilómetros de Katmandu. O abalo foi sentido noutros países, como Índia, Bangladesh e China, e provocou avalanchas nos Himalaias.

A comunidade internacional mobilizou equipas de resgate e ajuda humanitária para o Nepal.

Membros do exército da Índia, país onde o sismo provocou pelo menos 51 mortos, foram mobilizados para a capital nepalesa de Katmandu, para ajudar nas operações de resgate. As autoridades indianas também mobilizaram vários helicópteros para sobrevoar a zona afectada.

São estes helicópteros que estão a ajudar nas operações de resgate dos montanhistas retidos na região do monte Everest, nos Himalaias, devido às avalanchas que ocorreram após o terramoto. O último balanço dava conta de 18 mortos e 51 feridos nesta região.

A União Europeia (UE) também informou que equipas europeias de assistência e de resgate já estão no terreno a trabalhar.