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O Apple Watch já nasceu. E "não é fabuloso"

24 abr, 2015 • Teresa Abecasis

O primeiro "smartwatch" da Apple não justifica uma corrida às lojas, diz um especialista. O melhor é esperar pela segunda versão.

O Apple Watch já nasceu. E "não é fabuloso"
Chega esta sexta às lojas o tão esperado Apple Watch. Portugal não está entre os países escolhidos para a estreia, mas temos sempre a internet para saciar a nossa curiosidade: há especialistas em abrir caixas de gadgets. Já ouviu falar do “unboxing”?
Foi anunciado a 9 de Setembro do ano passado, mas só passados quase oito meses é que chega ao pulso dos consumidores o novo “smartwatch” da Apple. E só em oito países, nos quais Portugal não está incluído. Como todos os produtos da gigante norte-americana, vem embrulhado numa estratégia de marketing agressiva que faz esquecer os outros aparelhos já existentes no mercado. Mas o Apple Watch "não é fabuloso".

A opinião é do fundador do blogue de tecnologia Pplware, Vítor Martins. "O Apple Watch só na segunda versão é que terá argumentos de peso para liderar o mercado", considera este especialista.

A entrada da empresa no mundo dos "smartwatches" serve apenas para mostrar aos utilizadores que esta "é uma aposta no futuro". Agora, é preciso convencê-los de que vale a pena ter um.

"Este primeiro equipamento da Apple não é fabuloso porque tem muitas dependências do iPhone", argumenta Vítor Martins. Muitas das funcionalidades do relógio só funcionam com o telemóvel por perto e ainda não é claro que seja mais prático (e mais rápido) olhar para o pulso do que tirar o telefone do bolso.

Por exemplo, a aplicação de "fitness" do relógio só funciona se o iPhone estiver próximo. Pergunta Vítor Martins: se uma pessoa tem de levar o telefone quando vai correr porque é que irá acrescentar ainda o relógio se ele não funcionar sozinho?

"Os 'smartwatches' neste momento não trazem uma grande vantagem para quem quer ser um pouco mais independente em relação ao próprio telefone", aponta.

Para já, o novo Apple Watch serve para matar a curiosidade daqueles que estão mais ligados à tecnologia. Vantagens práticas, "ainda não há", conclui Vítor Martins.

Os argumentos de peso do Apple Watch são o Apple Pay (não disponível em Portugal) e o ecossistema da própria marca que, através dos seus seguidores, assegura já um sucesso nas vendas. "A Apple, com o seu núcleo duro de seguidores vende milhões facilmente. Como vimos, esgotou por completo o stock que tinha".

O novo relógio começou a ser vendido “online” há duas semanas, mas só esta sexta-feira é que começa a chegar aos compradores. Embora a empresa não tenha divulgado números de vendas, estima-se que tenham chegado até 20 milhões de encomendas. De acordo com as primeiras respostas da empresa, alguns compradores poderão ter de esperar cerca de um mês para receber o relógio.

A versão mais barata do Apple Watch é a desportiva e custa 399 euros na loja francesa da Apple, e a mais cara, um relógio em ouro de 18 quilates, pode custar entre 11 e 13 mil euros.