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Morais Sarmento defende intervenção no ponto de partida da imigração

21 abr, 2015

No programa “Falar Claro” da Renascença, Morais Sarmento fala num "problema de consciência europeia". Vera Jardim considera que "inacção e falta de solidariedade" da UE contribuem para tragédia no Mediterrâneo.

Morais Sarmento defende intervenção no ponto de partida da imigração
No programa “Falar Claro” da Renascença, Morais Sarmento fala num "problema de consciência europeia". Vera Jardim considera que "inacção e falta de solidariedade" da UE contribuem para tragédia no Mediterrâneo. A privatização da TAP e a greve dos pilotos são outros temas em análise.

A União Europeia deve intervir nos pontos de origem da vaga de imigração que chega através do Mediterrâneo, defende o social-democrata Nuno Morais Sarmento no programa “Falar Claro” da Renascença.

Cerca de 1.600 pessoas morreram nos últimos dias em naufrágios no Mediterrâneo com embarcações sobrelotadas de imigrantes oriundos da Líbia.

Numa altura em que a UE ultima um plano para tentar evitar novas tragédias, Nuno Morais Sarmento considera que, por muito que “isto incomode algumas consciências”, a Europa tem que “transferir a intervenção que faz à chegada para o ponto de partida” dos migrantes.

Para o antigo ministro da Presidência, a situação no Mediterrâneo é um “problema de consciência europeia” que requer uma solução política, mas os cidadãos europeus também podem “pressionar os seus governos” a agir.

“Os países do Norte da Europa não têm olhado para este tema como sendo prioritário para discussão, não houve uma grande coincidência europeia sobre esta matéria, até agora. Esperemos que, à custa de mais esta tragédia, mais vale tarde do que nunca, ela aconteça. Em termos europeus só pode haver uma intervenção quando os governos coincidirem numa posição no conjunto alargado da União Europeia”, afirma o comentador social-democrata.

Para o socialista Vera Jardim, a “inacção” e a “falta de solidariedade europeia” estão a contribuir para a tragédia dos imigrantes que morrem ao tentar atravessar o Mediterrâneo.

O antigo ministro da Justiça defende uma “política solidária e unida da Europa para enfrentar este problema”, que também está a ser agravado pela “situação em certas zonas da África subsaariana e do Médio Oriente”, sublinha.

“Pressa na privatização é por causa da TAP”
O antigo ministro Nuno Morais Sarmento argumenta que a privatização da TAP não ficar para depois das eleições legislativas de Setembro ou Outubro, porque a companhia aérea precisa de dinheiro para fazer face aos seus compromissos.

“A pressa na privatização é por causa da TAP. A TAP tem a chegar aviões que tem de pagar, tem obrigações em termos de pagamento de dívida que têm calendários e o Governo não pode, mesmo que queira, meter dinheiro dos portugueses na TAP.”

O comentador social-democrata afirma que “a TAP precisa de dinheiro que o Estado não pode colocar, sem o qual poderá estar em causa a sua sobrevivência na realidade que hoje conhecemos da TAP, num calendário relativamente curto.”

O socialista Vera Jardim mostra-se contra a greve de dez dias convocada pelos pilotos, mas também contra a privatização da transportadora aérea nacional.

“Não estou a favor desta privatização, sobretudo agora. É incompreensível para mim uma greve destas. Uma greve destas não vai colocar apenas em causa a privatização, começa a colocar em causa o equilíbrio da própria empresa, nos milhões que vai perder, mas sobretudo o prejuízo reputacional, que é muitíssimo superior”, adverte o provedor do Cliente das Agências de Viagem e Turismo.