Emissão Renascença | Ouvir Online

Alpes. Equipas procuram segunda "caixa negra" e abrem estrada pela montanha

30 mar, 2015

"Vamos ganhar tempo com este acesso", dizem as autoridades. A Lufthansa decidiu pagar 50 mil euros aos familiares de cada vítima.

Alpes. Equipas procuram segunda "caixa negra" e abrem estrada pela montanha
Equipas francesas estão a abrir uma estrada de acesso ao remoto lugar nos Alpes franceses onde caiu o avião da Germanwings, devido a uma acção deliberada do co-piloto. Os investigadores esperam assim acelerar que o processo de identificação das vítimas e encontrar a segunda "caixa negra".

Máquinas pesadas estão a ser usadas para abrir um caminho através da montanha, que deve estar pronto terça ou quarta-feira, segundo disse à agência Reuters Xavier Vialenc, porta-voz da polícia militar envolvida nas operações de resgate.

"Vamos ganhar tempo com este acesso", sublinhou Vialenc, lembrando que já foi identificado o ADN de 78 dos 150 ocupantes do avião A320.

Cerca de 40 pessoas da equipa de resgate sobem a montanha todos os dias para a zona da tragédia. Quando o tempo permite, alguns pequenos grupos são levados de helicóptero. Outras 50, entre médicos, dentistas e polícias forenses, trabalham num laboratório móvel, de onde partem, todas as tardes, restos mortais das vítimas para serem identificadas.

A outra prioridade é encontrar a segunda "caixa negra" do avião, que regista os dados de voo. Segundo os especialistas, cruzar essa informação com as conversas registadas pela primeira caixa vão permitir conhecer com maior precisão as circunstâncias do sinistro.

A Lufthansa decidiu pagar 50 mil euros aos familiares de cada vítima da queda do avião. Esta ajuda financeira é a primeira tranche de indemnizações que serão pagas aos familiares da vítimas da Germanwings, subsidiária da empresa alemã.

De acordo com a estimativa da seguradora, essas compensações devem totalizar, no mínimo, 21 milhões de euros.

A investigação ao acidente em França concluiu que o piloto do voo da Germanwings se ausentou do "cockpit", provavelmente para usar os sanitários, e foi impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta.  Nesse período, Andreas Lubitz, de 28 anos, accionou "deliberadamente" o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho. O avião acabou por embater numa montanha, matando Lubitz e outras 149 pessoas.