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Germanwings. Atestados médicos encontrados indicam que co-piloto não devia estar a voar

27 mar, 2015

Procurador alemão revela que Andreas Lubitz, de 28 anos, estava a receber tratamento médico, mas escondeu-o da companhia aérea. Empresa confirma que não recebeu qualquer atestado médico por parte do co-piloto que o impedisse de voar no dia da queda do avião.

Germanwings. Atestados médicos encontrados indicam que co-piloto não devia estar a voar
O co-piloto da Germanwings estava a receber "tratamento médico", mas escondeu a doença da sua entidade empregadora. A revelação foi feita por um procurador alemão, numa altura em que está a ser analisada documentação encontrada em casa de Andreas Lubitz e dos pais, o homem que lançou contra os Alpes um avião com 149 pessoas a bordo.

O procurador Ralf Herrenbrueck revela não ter sido encontrada nenhuma nota de suicídio, nem documentos que liguem o seu comportamento a quaisquer "motivações políticas ou religiosas".

Na sua declaração, citada pela agência Reuters, o procurador revela que os documentos encontrados no apartamento de Dusseldorf indicam a "existência de uma doença" e que o co-piloto, de 28 anos, estava a receber "tratamento". Também foram descobertos "atestados médicos" rasgados, inclusive um para o dia da tragédia.

O facto de Lubitz ter aparentemente rasgado as notas médicas "leva a uma conclusão preliminar que ele escondeu o seu estado clínico do empregador e dos colegas". A Germanwings já confirmou, entretanto, que não recebeu qualquer atestado médico por parte do co-piloto que o impedisse de voar no dia da queda do avião.

Um historial de depressão
Em entrevista a uma estação francesa, o primeiro-ministro francês afirmou que os primeiros dados da investigação ao desastre do Airbus A320 da Germanwings apontam para um comportamento "louco, incompreensível" do co-piloto. Manuel Valls revelou que Andreas Lubitz procurou ajuda psiquiátrica para um "surto de depressão agudo" em 2009 e continuava a ter acompanhamento médico.

De acordo com o diário alemão "Bild", que cita documentos do regulador alemão, o Luftfahrtbundesamt (LBA), o co-piloto procurou ajuda psiquiátrica para um "surto de depressão agudo" em 2009 e continuava a ser assistido pelos médicos.

Depois do exame da gravação de áudio da "caixa negra" recuperada e que guarda os registos de voz dentro da cabine, a Procuradoria de Marselha revelou que o co-piloto tinha, deliberadamente, provocado a queda do avião.

As vítimas do acidente de terça-feira do avião A320 que ligava Barcelona a Dusseldorf são de 15 países, confirmaram as autoridades francesas, acrescentando que maioritariamente as vítimas são espanholas (49) e alemãs (72).

Uma equipa vasta de técnicos, especialistas e organizações peritas, a administração interna alemã e espanhola e ainda a Lufthansa, empresa-mãe da Germanwings, estão envolvidas na investigação.

A alguns quilómetros do local do acidente, na aldeia de Seyne-les-Alpes, um importante dispositivo de acolhimento e de apoio psicológico foi montado para receber familiares das vítimas.