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Turismo e radicalismo vivem lado-a-lado na Tunísia

18 mar, 2015

O comentador Bernardo Pires de Lima diz que o atentado desta quarta-feira não surpreende e recorda que por cada atentado que se realiza, dezenas são evitados.

Turismo e radicalismo vivem lado-a-lado na Tunísia
O comentador de política internacional, Bernardo Pires de Lima, não se mostra particularmente surpreendido com o atentado desta quarta-feira em Tunes.

O especialista em assuntos internacionais lembra que a Tunísia, apesar da estabilidade que vive, é um dos países de onde têm saído mais combatentes para o autoproclamado Estado Islâmico.

“A Tunísia não deixa de contribuir com o maior contingente de combatentes estrangeiros no Estado Islâmico. Isso quer dizer em primeiro lugar que apesar do quadro de sucesso e negociação política que tem conduzido o país por um caminho diferente de os vizinhos, restam bolsas de radicalismo preocupantes e situações sociais que não favorecem uma certa estabilidade e paz social”, alerta.

O comentador recorda que na Tunísia convivem duas realidades que tornam os atentados mais apetecíveis, nomeadamente um grande afluxo de turistas e bolsas significativas de radicalismo.

Apesar da ameaça permanente, sobretudo na Europa, o comentador de política internacional diz que muita coisa tem sido feita na prevenção e combate do terrorismo.

Há pelo menos uma década que a Europa encara o problema com muita seriedade, o que já terá evitado muitos outros atentados, considera.

“Para haver um ataque com sucesso no metro de Madrid, ou nos autocarros em Londres, ou no Charlie Hebdo, em França, há dezenas senão centenas que são neutralizados na Europa. E ainda bem que isso não é tornado público, se não o sentido de pânico ou de medo seria muito maior do que já sentimos.”

“Está a ser feita muita coisa, mesmo ao nível político vemos que apesar de tudo as duas orlas do Mediterrâneo estão conscientes dos problemas comuns que enfrentam, e que não há outra solução que não trabalharem em conjunto”, conclui Bernardo Pires de Lima