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Uma semana depois, Syriza começa a mudar o discurso

02 fev, 2015 • João Pedro Vitória

Varoufakis acredita que será capaz de apresentar excedentes orçamentais de 1% a 1,5% do PIB, com os quais conta para financiar o Estado social e as políticas públicas.

Uma semana depois, Syriza começa a mudar o discurso
Há uma mudança de discurso em Atenas, que já admite deixar cair algumas promessas eleitorais. O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, admite que certos pontos do programa do Syriza tenham de ficar pelo caminho.

Os dois homens-chave do Governo de Atenas estão, por estes dias, pela Europa, procurando reunir apoios para o programa desenhado pelo Syriza, mas há desde já uma alteração.

Em entrevista ao jornal "Financial Times", Yanis Varoufakis sugere reembolsar os mais de 200 mil milhões de euros emprestados à Grécia desde 2010 de acordo com o crescimento da economia, pondo de lado o pedido para um perdão parcial da dívida.

Quanto aos 27 mil milhões de euros de dívida que estão na posse do Banco Central Europeu, Varoufakis propõe que sejam trocados por "obrigações perpétuas". O nome não requer mais explicações.

Mas a Grécia precisa de dinheiro, com urgência. Por isso, na entrevista dada ao influente jornal financeiro, o ministro das Finanças grego propõe uma linha de crédito de 1,9 mil milhões de euros para fazer face às necessidades dos próximos quatro meses. Em troca, Atenas prescinde da última tranche de 7,2 mil milhões do empréstimo da troika.

Uma garantia do economista e professor universitário, que agora é ministro, é a continuação das reformas no país. Varoufakis acredita que será capaz de apresentar excedentes orçamentais de 1 a 1,5% do PIB, com que conta, aliás, para financiar o Estado social e as políticas públicas.

"Não vamos descansar até termos sucesso. Se formos derrotados pelos interesses instalados, será uma honra cairmos depois de termos participado num bom combate", disse ao "Financial Times".