O primeiro-ministro foi rápido a qualificar o programa do Syriza como um "
conto de crianças" e esta sexta-feira
voltou a distanciar-se do vencedor das eleições gregas, no Parlamento. Já o Presidente da República espera para ver.
Esta sexta-feira, Cavaco Silva escusou-se a especular sobre o futuro na Grécia depois da vitória do Syriza, mas lembrou que a política económica de cada Estado da União Europeia é "matéria de interesse comum".
"O resultado de umas eleições livres e democráticas tem de ser respeitado. O Presidente da República em público não deve especular sobre aquilo que pode acontecer no futuro", afirmou o chefe de Estado, Cavaco Silva, quando questionado sobre a vitória da Coligação da Esquerda Radical nas eleições de domingo na Grécia.
Lembrando que o Tratado de Lisboa estabelece que "a política económica de um Estado membro é uma matéria de interesse comum e é coordenada pelo Conselho", Cavaco Silva disse ser, contudo, necessário esperar para conhecer a política do executivo liderado por Alexis Tsipras e pelas decisões que irão ser tomadas.
"Devemos esperar pelas entidades competentes europeias que irão analisar essas políticas anunciadas ou que vão ser aprovadas pelo Governo grego e se elas se conformam ou não com regras comunitárias", referiu o chefe de Estado, que falava aos jornalistas na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, onde se assinalou o 30.º aniversário da empresa de navegação Transinsular.
"A interdependência das economias é tão grande", os "sistemas financeiros estão tão interligados que aquilo que um faz diz respeito a todos", argumentou.
Questionado se um possível "alívio" da austeridade na Grécia poderá ser aproveitado por Portugal, o Presidente da República disse que "o que Portugal conseguir é sempre pelo seu trabalho".