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Eurogrupo na expectativa nem discutiu reestruturação da dívida grega

26 jan, 2015 • Vasco Gandra, em Bruxelas

O discurso de Bruxelas é de que todos os países devem permanecer no euro, o que implica respeitar as regras. Próxima cimeira europeia informal, que começa a 12 de Fevereiro, poderá trazer novidades.  

Eurogrupo na expectativa nem discutiu reestruturação da dívida grega
Os ministros das Finanças do Eurogrupo vão esperar para ver o que o novo governo da Grécia pretende fazer em relação ao pagamento da dívida, ao fim da austeridade e ao programa de assistência financeira, antes de reagir à eleição do partido de esquerda radical Syriza.

Os titulares das Finanças dos 19 países do euro estão disponíveis para dialogar e cooperar com o novo executivo grego mas também aguardam essas clarificações. A questão da reestruturação da dívida grega, que o Syriza reclama, nem sequer foi debatida nesta reunião.

Para o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, todos os países devem manter-se no euro mas respeitando as regras. Este foi, aliás, um ponto repetido por vários responsáveis em Bruxelas.

O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker, deixou isso claro à entrada para a reunião: “Nós temos as nossas regras, estabelecidas com a concordância das autoridades gregas. Vamos ver quais são os pedidos do novo governo grego. Discutiremos sobre isso, como discutimos com todos os governos, independentemente da sua composição”.

A próxima cimeira europeia informal de 12 e 13 de Fevereiro, em que o novo primeiro-ministro Alexis Tsipras representará a Grécia, e o encontro do Eurogrupo, três dias depois, são duas das próximas etapas no novo diálogo entre Atenas e a UE. Até porque se os responsáveis políticos gregos pretendem prolongar o programa de assistência financeira ao país que termina no final do próximo mês terão que formular um pedido.

A vitória do Syriza assentou numa campanha contra a austeridade e as políticas monetárias de Bruxelas. O eleitorado deu ao partido de esquerda radical uma maioria que ficou a dois deputados de ser absoluta e que coloca toda a União Europeia em sentido.

O Syriza levou cerca de meia hora a anunciar a formação de uma coligação com um partido do outro espectro político, da direita nacionalista e o novo primeiro-ministro já assumiu funções.