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Tiroteio em supermercado judaico relança terror em Paris

09 jan, 2015 • Vasco Gandra, enviado a Paris, com Cristina Nascimento e Inês Alberti

Número de vítimas varia consoante as fontes. Em Paris, há medo, mas "as pessoas estão a viver", diz vereador à Renascença.

Tiroteio em supermercado judaico relança terror em Paris
Um tiroteio junto a um supermercado de produtos kosher (dieta judaica) em Paris, na zona de Porte de Vincennes (parte oriental da cidade), fez um ferido grave e seis reféns, avança a Reuters. A mesma agência cita o ministro da Administração Interna francês, Bernard Cazeneuve, que negou notícias que davam conta de dois mortos. O número de vítimas varia consoante as fontes, mas o terror está relançado entre os habitantes da capital francesa.
Um tiroteio junto a um supermercado de produtos kosher (dieta judaica) em Paris, na zona de Porte de Vincennes (parte oriental da cidade), fez um ferido grave e seis reféns, avança a Reuters.

A mesma agência cita o ministro da Administração Interna francês, Bernard Cazeneuve, que negou notícias, citadas também pela Renascença, que davam conta de dois mortos

Fontes policiais não identificadas referem que o indíviduo, na posse de duas armas, será o mesmo que, na quinta-feira, baleou mortalmente uma agente da polícia municipal e um funcionário camarário.

As forças de segurança desenharam um perímetro de segurança a cerca de 300 metros do supermercado. A Avenida da Porte-de-Vincennes está fechada ao trânsito, bem como a estação de metro mais próxima.

A zona é palco de um constante vaivém das forças de segurança, constatou a Renascença no local. Um grande número de carros de polícias, ambulâncias e carros de bombeiros estão dentro do perímetro.

Vários cidadãos assistem às movimentações. Um grupo de pessoas entoou o hino francês.

A agência Associated Press avança que a polícia mandou fechar todas as lojas do bairro judeu do centro de Paris.

Evacuações
Para além da situação de resgate e do impasse entre os irmãos Kouachi e a polícia francesa, o dia de sexta-feira em França foi marcado por vários outros alertas e falsos alarmes.

No centro de Paris, perto da Torre Eiffel, a Praça do Trocadéro e a respectiva estação de metro foram evacuadas pelas autoridades e estiveram interditas durante cerca de 45 minutos.

Segundo o jornal "Le Figaro", vários utilizadores da rede social Twitter alertaram para a situação e publicaram fotografias das forças policiais parisienses a entrarem armadas no metro da praça. Contudo, o ministro da Administração Interna assegurou pouco depois que se tinha tratado de um falso alarme e o espaço foi reaberto ao público.

Outra situação registada, desta vez em Lyon, foi a evacuação do TGV (comboio de alta velocidade) depois de um cidadão sírio se ter identificado como terrorista durante a viagem.

Os controladores foram alertados por outro passageiro e o comboio parou na estação de Creusot. As autoridades evacuaram duas carruagens do TGV e detiveram o homem de 30 anos, que viajava sem bilhete.

A bagagem de todos os passageiros e as restantes carruagens foram depois inspeccionadas e a circulação foi retomada com normalidade por volta do meio-dia.

"As pessoas estão a viver"
Apesar dos vários sustos, "a população não está com mais medo", mas "preocupada" porque reconhece uma mudança na forma de agir dos terroristas, conta à Renascença Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris.

"Isso claramente traz algum medo, mas não traz medo suficiente para a cidade estar parada. Estou aqui no escritório da câmara a olhar para a pista de gelo e a pista está cheia, as pessoas estão a viver, estão a passear, estão a trabalhar", conta o autarca.

Em relação à situação de reféns num supermercado kosher no bairro de Porte de Vincennes, Hermano Sanches Ruivo considera que, apesar de haver "portugueses em todos os bairros de Paris", "há o sentimento de que as pessoas reféns são pessoas mais ligadas à comunidade judaica", o que reduz a probabilidade da presença de portugueses.

[Em actualização]