Um tiroteio junto a um supermercado de produtos kosher (dieta judaica) em Paris, na zona de Porte de Vincennes (parte oriental da cidade), fez um ferido grave e seis reféns, avança a Reuters.
A mesma agência cita o ministro da Administração Interna francês, Bernard Cazeneuve, que negou notícias, citadas também pela
Renascença, que davam conta de dois mortos
Fontes policiais não identificadas referem que o indíviduo, na posse de duas armas, será o mesmo que, na quinta-feira, baleou mortalmente uma agente da polícia municipal e um funcionário camarário.
As forças de segurança desenharam um perímetro de segurança a cerca de 300 metros do supermercado. A Avenida da Porte-de-Vincennes está fechada ao trânsito, bem como a estação de metro mais próxima.
A zona é palco de um constante vaivém das forças de segurança, constatou a Renascença no local. Um grande número de carros de polícias, ambulâncias e carros de bombeiros estão dentro do perímetro.
Vários cidadãos assistem às movimentações. Um grupo de pessoas entoou o hino francês.
A agência Associated Press avança que a polícia mandou fechar todas as lojas do bairro judeu do centro de Paris.
EvacuaçõesPara além da situação de resgate e do impasse entre os irmãos Kouachi e a polícia francesa, o dia de sexta-feira em França foi marcado por vários outros alertas e falsos alarmes.
No centro de Paris, perto da Torre Eiffel, a Praça do Trocadéro e a respectiva estação de metro foram evacuadas pelas autoridades e estiveram interditas durante cerca de 45 minutos.
Segundo o jornal "Le Figaro", vários utilizadores da rede social Twitter alertaram para a situação e publicaram fotografias das forças policiais parisienses a entrarem armadas no metro da praça. Contudo, o ministro da Administração Interna assegurou pouco depois que se tinha tratado de um falso alarme e o espaço foi reaberto ao público.
Outra situação registada, desta vez em Lyon, foi a evacuação do TGV (comboio de alta velocidade) depois de um cidadão sírio se ter identificado como terrorista durante a viagem.
Os controladores foram alertados por outro passageiro e o comboio parou na estação de Creusot. As autoridades evacuaram duas carruagens do TGV e detiveram o homem de 30 anos, que viajava sem bilhete.
A bagagem de todos os passageiros e as restantes carruagens foram depois inspeccionadas e a circulação foi retomada com normalidade por volta do meio-dia.
"As pessoas estão a viver"Apesar dos vários sustos, "a população não está com mais medo", mas "preocupada" porque reconhece uma mudança na forma de agir dos terroristas, conta à
Renascença Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris.
"Isso claramente traz algum medo, mas não traz medo suficiente para a cidade estar parada. Estou aqui no escritório da câmara a olhar para a pista de gelo e a pista está cheia, as pessoas estão a viver, estão a passear, estão a trabalhar", conta o autarca.
Em relação à situação de reféns num supermercado kosher no bairro de Porte de Vincennes, Hermano Sanches Ruivo considera que, apesar de haver "portugueses em todos os bairros de Paris", "há o sentimento de que as pessoas reféns são pessoas mais ligadas à comunidade judaica", o que reduz a probabilidade da presença de portugueses.
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