Continuam as buscas pelo avião que desapareceu este fim-de-semana, enquanto fazia o percurso entre a Indonésia e Singapura. Até ao momento não há qualquer informação sobre o motivo da queda, nem sobre a localização do avião, mas as buscas estão a ser feitas no mar e calcula-se que o aparelho se tenha despenhado, matando todos os passageiros e tripulantes.
Que avião caiu?O avião que fazia o voo QZ8501 da companhia de baixo custo Indonesia AirAsia. Fazia o percurso entre a Indonésia e Singapura. Trata-se de um Airbus A320-200.
Quem estava a bordo? O avião
levava 162 pessoas a bordo, incluindo sete tripulantes. A maioria dos passageiros é de nacionalidade indonésia, com alguns de outros países asiáticos e um britânico. O piloto e restante tripulação são de nacionalidade indonésia, salvo o co-piloto, que é francês.
Onde decorrem as buscas? A rota Indonésia-Singapura é feita quase inteiramente por cima de água. No momento em que se perdeu o contacto estava precisamente a sobrevoar o mar de Java, no sul do Oceano Pacífico. As buscas estão inteiramente concentradas nesse mar. "Presumimos que o avião esteja no fundo do mar",
disse o chefe da Agência Indonésia de Busca e Resgate, Bambang Soelistyo.
Por que razão não há ainda resultados?O mar de Java é muito utilizado por navios mercantes e cujas águas são pouco profundas, o que, em teoria, devia facilitar as operações. Contudo, apesar de o tempo limpo desta segunda-feira, até ao momento não foram encontrados quaisquer destroços. As autoridades já alertaram que a partir de terça-feira será alargada a área de busca, tendo em conta também as fortes correntes.
Que informação há sobre o incidente? Uma das principais dificuldades na investigação deste desaparecimento é precisamente a ausência de informação. Sabe-se que o tempo estava mau na altura em que o aparelho desapareceu e o último contacto com o avião foi quando o piloto pediu autorização para subir com o objectivo de evitar uma concentração de nuvens.
A autorização foi negada, mas a partir dessa altura não houve qualquer pedido de ajuda ou comunicação de emergência. Contudo, sabe-se que os pilotos comerciais estão treinados para, em caso de emergência, dedicarem-se a resolver o problema e só entrarem em contacto se e quando tiverem tempo para isso.
Está por explicar, todavia, por que é que não têm sido detectados quaisquer indicações dos localizadores de emergência, que devem continuar a transmitir durante pelo menos vários dias depois de uma queda ou de um acidente.
As buscas pelo avião só se iniciaram quando este não chegou ao destino à hora prevista. Por isso, desde o último contacto até uma eventual queda poderá ainda ter decorrido bastante tempo.
O mau tempo pode ter causado a queda? Sabe-se que o tempo estava mau e as imagens de satélite indicam uma tempestade forte, mas rápida, que terá levado a chuva muito forte por um curto período de tempo. Mas este tipo de condições atmosféricas são comuns nesta zona do mundo e se o tempo fosse de facto tão grave que colocasse em causa a segurança do voo isso seria previsível e a zona seria evitada ou contornada – o que não aconteceu.
A companhia aérea tem boa reputação? O avião pertencia à
Indonesia AirAsia, que é detida em 49% pela AirAsia, uma empresa da Malásia de voos 'low cost', detida por Tony Fernandes, que tem ascendência portuguesa, através de Goa.
Apesar de ser de baixo custo, a AirAsia tem até ao momento uma excelente reputação a nível de segurança, sem qualquer incidente registado ao longo da sua história. Segundo um especialista
ouvido pela revista "Time", Tony Fernandes é conhecido por ser meticuloso no que diz respeito à segurança e o avião foi revisto pela última vez em meados de Novembro.
Não há, por isso, qualquer suspeita nesta altura de ter havido descuido ou lapso institucional ao nível da segurança.
O piloto e o co-piloto eram também experientes e havia um engenheiro a bordo.
[Notícia actualizada às 18h11]