O pai de um jovem piloto da Jordânia, capturado na Síria pelos combatentes do Estado Islâmico, pediu aos seus captores para o tratarem como “convidado” e não como “refém”.
Numa tentativa desesperada de o salvar, a família pediu misericórdia. “Ele é um convidado entre os irmãos do Estado Islâmico na Síria. Peço-lhes, em nome de Deus e da dignidade do profeta Maomé, que o recebam como um convidado e o tratem bem”, disse Saif al-Kasaesbeh, na televisão da agência Reuters.
O piloto Muath al-Kasaesbeh foi capturado após o seu aparelho se ter despenhado quarta-feira, no nordeste da Síria, durante uma missão de bombardeamento.
Kasaesbeh, de 27 anos, é oriundo de uma proeminente família sunita na Jordânia.
A Jordânia é um dos vários Estados árabes que participam na missão militar internacional, liderada pelos Estados Unidos, que está a bombardear alvos dos jihadistas, que controlam zonas no Iraque e na Síria.
Os jihadistas têm um historial de violência e de terror. O grupo mata os soldados capturados no campo de batalha e decapita civis ocidentais reféns.
Muitos dos capturados assassinados são xiitas ou não muçulmanos, mas o Estado Islâmico também já executo sunitas por estes estarem a combater ao lado dos seus inimigos.
A
Amnistia Internacional acusou o Estado Islâmico de crimes contra a Humanidade. No mais recente comunicado sobre "a tortura brutal" a que estão sujeitos os grupos minoritários no Iraque, a organização de defesa dos direitos humanos denuncia "o recurso à violação como arma de guerra". Os jihadistas tem "sistematicamente" dirigido os ataques contra as comunidades não-árabes e não-sunitas, o que inclui os muçulmanos xiitas e outros grupos minoritários, como os yazidi. Entre estes, mulheres e crianças têm sido alvos de "um tratamento particularmente brutal", refere a organização.
Na sequência da progressão do Estado Islâmico no Norte do Iraque, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados e refugiados, os Estados Unidos desencadearam, a 8 de Agosto, uma operação com raides aéreos contra as posições do grupo, actualmente suportada por cerca de 60 países.