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Estados Unidos

Polícia que matou Michael Brown tem a "consciência tranquila"

26 nov, 2014

Daren Wilson não vai ser acusado pela morte do jovem afro-americano, que foi atingido com seis tiros em Agosto.  A onda de indignação já alastrou a outras 170 cidades.

Polícia que matou Michael Brown tem a "consciência tranquila"
Em entrevista à ABC News, o polícia que disparou sobre o jovem Michael Brown no início de Agosto conta a sua versão dos factos. Darren Wilson descreve Michael Brown como "um homem com muita força" e compara-o ao lutador de wrestling profissional Hulk Hogan. Um grande juri de Ferguson decidiu não acusar Wilson pelos disparos, o que deu origem a uma onda de protestos violentos nos últimos dias.
Daren Wilson, o polícia que atingiu mortalmente um jovem afro-americano com seis tiros em Ferguson, nos Estados Unidos, no mês de Agosto, assegurou que o seu procedimento foi correcto.

“Estou de consciência tranquila, porque sei que fiz bem o meu trabalho”, garantiu, numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana ABC esta terça-feira. Para este polícia, o incidente terminaria de igual modo se o adolescente, de 18 anos, em causa fosse branco.

Daren Wilson revelou ter temido pela sua vida, tendo sido esmurrado por Michael Brown quando ainda se encontrava dentro do carro da polícia.

“Ele era grande e forte. Quando o agarrei senti-me como um miúdo de cinco anos a tentar segurar o Hulk Hogan”, disse o polícia, acrescentando que o jovem foi o primeiro a mostrar-se agressivo ao dar o primeiro murro. “Tentou disparar sobre mim com a minha própria arma”, conta.

Logo depois de conhecida a decisão do grande júri, que alegou falta de fundamentos para deduzir acusação contra Wilson, começaram os tumultos na cidade de Ferguson, nos subúrbios de Saint Louis, no estado americano do Missouri. Multidões saíram à rua, pilharam, atiraram objectos contra a esquadra de polícia, incendiaram prédios e carros, foram ouvidos tiros e explosões.

Pelo menos 80 pessoas foram detidas e mais de dois mil elementos da Guarda Nacional foram destacados para a cidade. 

A onda de indiganção já alastrou a outras 170 cidades norte-americanas.