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Estados Unidos

Governador do Missouri chama reforços para travar tumultos

26 nov, 2014

Decisão de não levar a julgamento polícia que matou jovem afro-americano desencadeou uma onda de manifestações violentas.

Governador do Missouri chama reforços para travar tumultos

O governador do estado do Missouri, Jay Nixon, ordenou esta terça-feira o envio de 2.200 elementos da guarda nacional para tentar impedir novos tumultos na cidade de Ferguson, nos arredores de Saint Louis.

“As vidas e a propriedade têm que ser protegidas. Esta comunidade merece ter paz”, declarou Jay Nixon para justificar o envio de reforços.

A onda de destruição e saques a estabelecimentos comerciais começou na segunda-feira, depois de um grande júri decidir não levar a julgamento o agente da polícia Darren Wilson, que matou a tiro, em Agosto, o jovem afro-americano Michael Brown, de 18 anos, que se encontrava desarmado.

Mais de 80 pessoas foram detidas durante os tumultos em Ferguson e noutras zonas de Saint Louis. A maioria é acusada de roubo e invasão de propriedade privada.

Os cerca de 700 elementos da guarda nacional que estavam destacados para o dia do anúncio da decisão do grande júri não conseguirem impedir a violência.

O presidente da Câmara de Ferguson, James Knowles, criticou o que disse ser a demora no envio dos militares. 

De acordo com a Casa Branca, o Presidente norte-americano, Barack Obama, está preocupado e desapontado com a violência e os tumultos da última noite.

No entanto, o porta-voz Eric Schultz salientou que a grande maioria das manifestações no Missouri e noutros pontos do país têm decorrido de forma pacífica e construtiva.

Uma morte. Duas versões
No seu depoimento ao grande júri, divulgado pela agência Reuters, o agente da polícia Darren Wilson, de 28 anos, conta que interpelou Michael Brown por este trazer na mão charutos que teriam sido furtados de uma loja das proximidades.

O agente, que estava dentro da viatura da polícia, refere que tentou falar com o jovem, mas acabou por ser insultado e agredido com dois murros. 
 
Wilson sacou da sua arma e gritou: “Recua ou levas um tiro”. O aviso não resultou e, segundo o polícia, Michael Brown tentou tirar-lhe a arma. Foi então que disparou o primeiro tiro a partir do carro patrulha.

Foi realizado outro disparo e iniciou-se uma perseguição a pé. O agente conta que, a meio da rua, Michael Brown parou e tentou enfrentá-lo. Wilson recuou e efectuou vários disparos, acabando por matar o jovem.

A versão da família e dos apoiantes de Michael Brown é diferente. Alegam que o adolescente desarmado foi vítima de um agente que o interpelou de forma agressiva e que o baleou quando este estava com as mãos no ar.