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Há 36 milhões de escravos no mundo

17 nov, 2014

Um relatório mundial da Walk Free Foundation estima que 29,8 milhões de pessoas nascem já em condições de escravatura, sendo vendidas para tráfico, exploração sexual ou trabalhos forçados.

Há cerca de 36 milhões de pessoas por todo o mundo que vivem, ainda hoje, como escravas e a maioria já nasce sob essa condição.

Um relatório mundial da Walk Free Foundation, uma organização australiana para os direitos humanos, estima que 29,8 milhões de pessoas nascem em condições de escravatura, sendo vendidas para tráfico, exploração sexual ou trabalhos forçados.

“De crianças a quem é negada a educação para serem forçadas a trabalhar ou a casar cedo, a homens que não podem deixar o trabalho por causa das esmagadoras dívidas aos agentes de recrutamento, a mulheres e meninas exploradas como empregadas domésticas não pagas, a escravatura moderna tem muitas caras”, lê-se no documento.

Dos 167 países analisados, a Índia é o que regista maior número de escravos: 14.3 milhões, num país com 1.250 milhões de pessoas. Na sua maioria, as vítimas são usadas para a prostituição e o trabalho forçado. Contudo, é na Mauritânia que há um maior número de escravos por habitante: 4%.

O Qatar é o quarto pior país em matéria de escravatura. O mega-projecto de preparação para o Mundial de futebol de 2022 depende fortemente de mão-de-obra imigrante barata.

Todos os países do mundo, excepto a Coreia do Norte, têm leis que criminalização qualquer forma de escravatura. Todavia, a maior parte dos Governos não faz o que é necessário para travar estes abusos.

“O que os resultados mostram é que faz-se muito no papel mas não está necessariamente a ter resultados”, disse à agência Reuters Fiona David da Walk Free Foundation.

No mesmo dia da publicação do relatório, o prémio Nobel da Paz Kailash Satyarthi (que recebeu a distinção em conjunto com a jovem Malala Yousafzai) apelou à mobilização global para acabar com a escravatura infantil.

A sua organização não-governamental, Bachpan Bachao Andolan (BBA), já libertou 80 mil crianças de situações de trabalho forçado nos últimos 30 anos.

Ainda esta semana, a BBA vai lançar em Londres a campanha “End Child Slavery Week”.