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Presidente do Burkina Faso aceita dissolução do Governo, mas fica no poder

31 out, 2014

Trinta mortos nos tumultos originados pela decisão presidencial de rever a Constituição para poder prolongar mandato. Blaise Compaoré está no poder há 27 anos.

Presidente do Burkina Faso aceita dissolução do Governo, mas fica no poder
O exército do Burkina Faso dissolveu o Parlamento e anunciou um governo de transição, mas o Presidente, Blaise Compaoré, já disse que tenciona ficar no poder, à frente do governo provisório, até novas eleições. Comparoé rejeita as exigências de demissão imediata por parte da oposição e milhares de manifestantes. Trinta pessoas terão morrido na sequência dos tumultos originados pela decisão presidencial de rever a Constituição para poder prolongar mandato. Blaise Compaoré está no poder há 27 anos
O Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, assumiu a dissolução do Parlamento, imposta pelas Forças Armadas, mas tenciona ficar no poder, à frente do governo provisório, até novas eleições, rejeitando as exigências de demissão imediata por parte da oposição e milhares de manifestantes.

Compaoré, há 27 anos no poder, voltou atrás com a decisão de rever a Constituição de modo a prolongar o seu mandato presidencial, intenção que motivou os protestos no país. O quadro agravou-se na quinta-feira, quando estava prevista a votação das alterações constitucionais no Parlamento.

Depois do anúncio das Forças Armadas da dissolução do Governo e da criação de um governo provisório, Blaise Compaoré garantiu, numa mensagem emitida pela televisão, que se mantinha em funções, mas que estava aberto a negociações sobre uma transição de poder.

Milhares de pessoas saíram à rua, invadiram as estações de televisão e rádios estatais e também o Parlamento, que incendiaram. A marcha seguiu para o palácio presidencial, onde foi recebida pela polícia, que disparou tiros e gás lacrimogénio.

Os tumultos de quinta-feira no Burkina Faso causaram cerca de 30 mortos e mais de 100 feridos, disse à agência France Presse Benewende Sankara, um dos principais líderes da oposição.

As duas dezenas de portugueses residentes em Ouagadougou, capital do Burkina Faso, encontram-se bem e optaram por seguir as recomendações do Governo local para permanecer em casa, confirmou à Renascença o Secretário de Estado das Comunidades.