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Quercus considera insuficientes as novas metas energéticas

24 out, 2014

A associação ambientalista admite que o acordo era difícil de alcançar, mas lamenta que não tenha sido dado um sinal mais forte para evitar o aquecimento global.

A associação ambientalista Quercus lamentou, esta sexta-feira, que as metas definidas pelos países da União Europeia para as áreas de energia e clima sejam insuficientes para evitar o aumento da temperatura global média da Terra.

Ana Rita Antunes, especialista em energia e clima da Quercus, admitiu à agência Lusa que o pacote aprovado foi "difícil de alcançar", mas considerou que não as metas ficaram aquém do que deviam.

As metas "não dão um sinal suficiente que a União Europeia está comprometida com o combate às alterações climáticas", afirmou, exemplificando com a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

O acordo sobre o pacote energia-clima fechado pelos 28 prevê metas vinculativas de redução das emissões de gases com efeito de estufa de 40% em relação ao nível de 1990, mas Ana Rita Antunes defende que essa redução deveria chegar aos 55%.

"Nas emissões de gás com efeito estufa, precisávamos de uma meta que reduzisse 55% até 2030 para conseguirmos não aumentar a temperatura média global terrestre em dois graus celsius até 2100", explicou a ambientalista.

Para a representante da Quercus, este é "o ponto-chave do combate às alterações climáticas". É "o objectivo que os cientistas dizem que temos de alcançar para que não soframos as consequências mais catastróficas das alterações climáticas", precisou.

Ana Rita Antunes disse acreditar que a redução de 55% das emissões de gases com efeito de estufa é possível, mas sublinhou que, para isso, é preciso vontade política.

"Para haver investimento privado, para haver desenvolvimento tecnológico, energias renováveis e eficiência energética em tecnologia de baixo carbono – que é isso que se pretende – é necessário que haja um caminho político traçado de médio longo prazo", avançou.

O pacote definido pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos na quinta-feira em Bruxelas, prevê também que haja uma incorporação vinculativa de pelo menos 27% de energias renováveis até 2030, além de objectivos indicativos ao nível do aumento da eficiência energética (27%) e interconexões (15%).