19 out, 2014
O líder da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, assegurou a um conjunto de diplomatas acreditados em Maputo que não recorrerá à violência e tenciona permanecer na capital moçambicana para dialogar com o Governo cenários pós-eleitorais, admitindo um executivo de unidade nacional.
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) manteve um encontro na sexta-feira com diplomatas da União Europeia, Noruega, Suíça e Canadá, durante a qual afirmou que não pode aceitar resultados de uma votação que considerou "uma fantochada", desconhecendo se vai impugnar as eleições gerais de quarta-feira, porque desconfia de um "sistema todo armadilhado", disseram à Lusa fontes que acompanharam a reunião.
Dhlakama assegurou que vai permanecer em Maputo, porque quer manter-se perto do corpo diplomático e das autoridades moçambicanas, anunciando que tencionava telefonar ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, com o qual assinou a 5 de Setembro um acordo para encerrar as hostilidades militares que afectaram a região centro do país durante 17 meses.
Começam a ser conhecidos os primeiros resultados das eleições gerais de Moçambique realizadas na quarta-feira. Com um quarto dos votos apurados, Filipe Nyusi, o candidato da Frelimo, lidera a contagem com mais de 60%.
Afonso Dlhakama, da Renamo, conta com pouco mais de 31% dos votos já apurados. Um resultado preliminar que já levou o porta-voz do maior partido da oposição a denunciar várias irregularidades que, segundo diz, interferiram no processo eleitoral.
De resto, a RENAMO reivindica a vitória em todos os círculos eleitorais do centro e norte do país e uma votação muito expressiva na região sul. Como tal, não reconhece os resultados que estão a ser divulgados pela comissão eleitoral moçambicana.