Ainda há catalães a sonhar com referendo

O presidente do Governo da Catalunha, em Espanha, e as forças favoráveis à realização de um referendo sobre a independência da região reúnem-se sexta-feira.

Em cima da mesa está o objectivo de encontrar uma resposta conjunta face à suspensão cautelar do referendo decretada pelo Tribunal Constitucional.

De passagem por Lisboa, esta quarta-feira, onde está a lançar o seu mais recente livro, o escritor espanhol Juan José Millás falou com a Renascença sobre o caso da Catalunha. O autor de "A mulher louca" diz que todo este processo fez aumentar o número de defensores da independência da Catalunha.

"Eu preferia que a Catalunha não se separasse de Espanha, mas respeito o direito dos catalães de decidir o seu destino. Contudo, creio que esta vaga de independentismo que há na Catalunha é da responsabilidade do Partido Popular espanhol", diz o cronista do "El País".

"O PP praticou o anti-catalanismo quando estava na oposição porque isso lhe dava votos. E fê-lo sem qualquer tipo de decência e agora está a receber um pouco o que semeou. Na Catalunha, até há pouco havia nacionalismo, mas não havia independentismo. Os independentes aumentaram imenso nos últimos seis, sete anos em parte devido às políticas do PP", acrescenta.