18 set, 2014 • Anabela Góis, enviada especial à Escócia
Cinco emigrantes portugueses, três votos no "não" à independência da Escócia, duas abstenções e uma opinião comum: o melhor para o país é continuar no Reino Unido.
Hugo Sousa está há dois anos na Escócia e não sabe quanto tempo mais vai ficar. Deixa a decisão para quem tem mais certezas. "Não me sinto numa posição segura para saber em qual dos lados votar. Não querendo prejudicar nenhum dos lados e querendo que a Escócia tenha um voto acertado e que isto corra bem para eles, vou abster-me", disse à Renascença.
Este emigrante português admite que a independência pode ter aspectos positivos, mas também trazer muitos problemas para os negócios e para a economia.
Em Edimburgo há tanto tempo como Hugo, Vitor Ramalho também não vota. Diz que os escoceses é que devem escolher, embora goste do país como ele está, "seguro" no seio do Reino Unido.
Cátia Sousa é a mais jovem do grupo. Com 21 anos feitos esta semana prefere não arriscar na mudança. Vai pôr a cruz no "não" à independência. "Não vejo nenhuma razão para votar ‘sim’, fora o orgulho de ser independente", afirma.
Co-proprietária do primeiro restaurante português em Edimburgo, Cátia Sousa tem medo do que a independência pode fazer ao negócio.
Fátima Castro deixou o sector da hotelaria em Portugal, há sete anos, à procura de um futuro melhor. Agora é responsável por uma empresa de limpezas. Está feliz, não quer mudar e vai votar "não".
A economia é uma das questões que a levam a optar pela manutenção da Escócia no Reino Unido.
"Se a Escócia entrar na independência, nós sabemos que muitas companhias inglesas ameaçaram voltar a Inglaterra. Isso vai provocar uma falha de trabalho e a economia, provavelmente, vai descer", receia Fátima Castro.
O referendo à independência da Escócia realiza-se esta quinta-feira.
Sim ou não? Perguntas e respostas sobre a independência escocesa