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Pacto Ribbentrop-Molotov faz 75 anos

23 ago, 2014 • Eunice Lourenço

No dia em que a chanceler alemã chega a Kiev, passam 75 anos sobre o acordo germano-soviético assinado em vésperas do início da II Guerra Mundial.

Era um pacto improvável que fez soar campainhas de alarme pela Europa fora. Na madrugada de 24 de Agosto de 1939, mas com data de 23, Ribbentrop, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, e Molotov, o seu homólogo da União Soviética assinavam um acordo em que cada país se comprometia a não invadir o outro e também a não ajudar os inimigos do outro.

Mas o pacto era mais que isso: a União Soviética comprometia-se a não reagir a uma invasão alemã da Polónia e a Alemanha fechava os olhos a uma invasão soviética da Finlândia. E, secretamente, dividiam as zonas de influência a Leste.

Nazis e comunistas supostamente eram inimigos, mas tinham muitos interesses em comum. Interesses comerciais: o pacto garantia à Alemanha petróleo do Cáucaso e trigo da Ucrânia e à União Soviética ouro e armamento. E interesses estratégicos: a Alemanha ficava livre para se dedicar apenas à frente ocidental e Estaline ganhava tempo e armas.

O pacto que ficou com os nomes dos dois ministros que o assinaram em Moscovo durou até Junho de 1941, quando a Alemanha começou a invadir a União Soviética. Uma invasão que avançou rapidamente pela Ucrânia, onde em muitas aldeias os nazis foram recebidos como libertadores.