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Comboio humanitário russo? UE fala em "clara violação" de fronteiras

22 ago, 2014

Ucrânia considera a entrada dos cem camiões uma "invasão" que vai contra as leis internacionais.

Comboio humanitário russo? UE fala em "clara violação" de fronteiras
A União Europeia condenou a entrada dos camiões russos no território ucraniano, sem o consentimento de Kiev, e pede a Moscovo que volte atrás na sua decisão.

“Isto é uma clara violação da fronteira ucraniana e vai contra as disposições anteriores alcançadas entre a Urânia, a Rússia e o Comité Internacional da Cruz Vermelha”, comentou esta sexta-feira o porta-voz de Catherine Ashton, representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

“Incitamos a Rússia a reverter a sua decisão”, acrescentou.

A União Europeia elogiou Kiev pela sua opção de não reagir militarmente contra a caravana russa.

Após a notícia da entrada de cem camiões na Ucrânia, avançada pela agência Reuters, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano considerou a acção uma “invasão directa” que ia contra as leis internacionais, mas referiu que o Governo não ia reagir militarmente.

O secretário-geral da NATO criticou a decisão do Kremlin, considerando que só "vai piorar a crise na região". Em comunicado, Anders Fogh Rasmussen revlou que a Aliança Atlântica está a observar um grande aumento de forças russas perto da fronteira.

Vladimir Putin e Angela Merkel discutiram ao telefone possíveis caminhos para um cessar-fogo entre Moscovo e Kiev, avança a agência Reuters. O presidente russo também disse à chanceler alemã ter aprovado a entrada da caravana na Ucrânia porque não podia esperar mais.

Os primeiros camiões já chegaram a Luhansk, uma cidade tomada por separatistas pró-russos. Moscovo avisou que a caravana com ajuda humanitária não devia ser incomodada, embora sem especificar quais seriam as consequências para quem não respeitasse a ordem.

Segundo o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), milhares de pessoas podem estar sem acesso a água, electricidade ou a cuidados médicos devido aos combates entre forças governamentais e pró-russas no leste da Ucrânia.