Há um mar de papoilas em Londres para lembrar as vítimas da I Guerra
01 ago, 2014
No relvado da Torre de Londres foram plantadas 888.246 papoilas de cerâmica para homenagear as vítimas do primeiro grande conflito do século XX.
O relvado da Torre de Londres está pintado de vermelho. Este foi o local escolhido para plantar 888.246 papoilas de cerâmica, uma homenagem às vítimas britânicas da I Guerra Mundial.
Este ano, assinalam-se os 100 anos do início da Grande Guerra que, de acordo com estatísticas oficiais, tirou a vida a mais de 37 milhões de militares e civis entre 1914 e 1918.
Moina Michael, uma professora americana que trabalhava como voluntária do YMCA (organização humanitária cristã) em Nova Iorque, foi a primeira a promover a flor como símbolo internacional de homenagem às vítimas da I Guerra Mundial.
A ideia partiu de um poema de John McCrae escrito em Maio de 1915, depois da segunda batalha de Ipres (Leste da Bélgica), que matou milhares de soldados: "Nos campos da Flandres crescem papoilas/entre as cruzes que, fila a fila, marcam o nosso lugar (...) se trairdes a fé de nós que morremos/Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas/ Nos campos da Flandres".
Depois de ler este poema numa revista, a norte-americana ficou sensibilizada pela ideia de que, nos campos de batalha, nada cresce à excepção de papoilas silvestres, também associadas a antigos mitos que remetem para o sacrifício humano, mas também ao renascimento depois da morte.
Mais do que um ícone, a papoila vermelha constituiu uma forma de auxiliar os sobreviventes do conflito pela venda de flores em papel, uma tradição que se mantém até aos dias de hoje.