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Nova noite sangrenta em Gaza. Pelo menos 43 pessoas morreram

30 jul, 2014 • João Cunha

Um dos ataques mais mortíferos das últimas semanas atingiu um campo de refugiados, onde terá sido encontrado armamento do Hamas.

Nova noite sangrenta em Gaza. Pelo menos 43 pessoas morreram
Terá sido uma das mais violentas madrugadas desde o início do conflito em Gaza. Os relatos que chegam do território dão conta de sucessivos bombardeamentos, que provocaram pelo menos 43 mortos, entre os quais oito palestinianos na mesma família. O ataque mais mortífero foi o que, através da artilharia israelita, provocou 20 vítimas mortais numa escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jebalya.

Terá sido uma das mais violentas madrugadas desde o início do conflito em Gaza. Os relatos que chegam do território dão conta de sucessivos bombardeamentos, que provocaram pelo menos 43 mortos, entre os quais oito palestinianos na mesma família. Outros 15 morreram em outros bombardeamentos, cujo alvo, em alguns casos, foram mesquitas.

O ataque mais mortífero foi o que, através da artilharia israelita, provocou 20 vítimas mortais numa escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jebalya.

Nesta local tinha sido encontrado armamento, alegadamente do Hamas. Contactado pela Renascença, Christopher Gunness, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, ainda atendeu o telefone, mas o som de uma explosão fê-lo pedir desculpa e desligar a chamada.

Já Mathieu Fortule, porta-voz dos Médicos Sem Fronteiras, está em Jerusalém, à espera de poder entrar em Gaza. Contactou já esta quarta-feira a sua equipa em Gaza e apercebeu-se da gravidade da situação.

“Em Gaza, houve bombardeamentos toda a noite. Alguns deles em Jebalya e em redor do hospital de Al-Shifa. Falei ao telefone com um dos membros da nossa equipa que se encontra junto desse hospital quando ouvi uma grande explosão, de um engenho que rebentou não muito longe. É muito complicado. Durante toda a noite as nossas equipas prestaram auxílio no bloco operatório daquele hospital - e esta manhã estavam ainda a trabalhar”, descreve.

Desde o início da operação, a 8 de Julho, morreram 1.255 palestinianos - a maioria civis - e 56 israelitas, a maioria militares.

No plano diplomático, chega esta quarta-feira ao Cairo uma delegação da Palestina para reatar conversações com vista a um cessar-fogo. Ao que tudo indica, há progressos para chegar a um acordo. Ainda assim, o líder do braço armado do Hamas, as brigadas Iz al Din al-Qassam, Mohammed Deif, garantiu, numa mensagem áudio, que só calarão as armas até ser dada como concluída a operação e o bloqueio a Gaza.

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