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Mais uma madrugada sangrenta em Gaza

29 jul, 2014

A guerra na Faixa de Gaza não dá sinais de tréguas. Já morreram cerca de 1.100 palestinianos e subiu para 53 o número de baixas entre soldados israelitas.

Mais uma madrugada sangrenta em Gaza
Ao 22º dia de guerra na Faixa de Gaza, a ntensificam-se os ataques por parte de Israel. 

Na madrugada deste terça-feira, pelo menos 26 palestinianos morreram em raides aéreos de Israel. Sobe, assim, para mais de 1.100 o número de mortos do lado palestiniano.

Israel também sofreu baixas, contudo. Só na segunda-feira, perdeu mais dez dos seus soldados. Cinco deles, cuja morte foi confirmada já esta madrugada, perderam a vida em confrontos com um comando palestiniano, que tentava chegar a Israel através de um túnel em Nahal Oz, próximo da fronteira com a Faixa de Gaza. Sobe para 53 o número total de baixas entre as forças israelitas.

Esta madrugada, Israel atacou a residência de Islamil Haniyeh, um alto responsável do Hamas em Gaza, e, ainda, um edifício que aloja a televisão e rádio al-Aqsa.

Ontem, um dos dias mais sangrentos deste conflito, um campo de refugiados e também o hospital Al Shifa, o maior de Gaza, foram os visados nos ataques. Israel diz que os edifícios foram atingidos por rockets palestinianos que falharam os seus alvos, mas o Hamas aponta o dedo a Israel.

Samantha Maurin, porta-voz dos Médicos Sem Fronteiras em Gaza, descreveu à Renascença o ambiente naquele hospital: “O hospital Al-Shifa parece um campo de pessoas desalojadas. Por isso, quando há emergências, feridos a chegar e movimento de ambulâncias, há centenas de pessoas que se reúnem à volta da entrada das urgências. Há muito barulho e, obviamente, é muito difícil para as equipas médicas verem chegar tantas crianças feridas”.

Contudo, e ao contrário do que insinua Israel, Maurin nega que haja militantes do Hamas entre as pessoas que se encontram no hospital: “Os Médicos sem Fronteiras estão a trabalhar em colaboração com as equipas médicas e paramédicas do Hospital Al-Shifa, que é administrado pelo Ministério da Saúde. Por isso, obviamente no hospital estão a trabalhar administradores do Ministério da Saúde, mas não temos qualquer informação acerca de actividades militares no Hospital Al-Shifa”.

O aumento de intensidade das ofensivas por parte de Israel surge depois do aviso deixado na última noite pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de que a guerra na Faixa de Gaza vai ser longa: “Temos de estar preparados para uma campanha prolongada. Vamos continuar a actuar de forma firme, até que esteja completa a nossa missão: defender os nossos cidadãos.”

Segundo o Governo israelita, a operação só vai terminar com a neutralização dos túneis utilizados pelos militantes do Hamas para entrar em Israel.

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