Tempo
|

Felipe VI proibe família de trabalhar no sector privado

28 jul, 2014

Pela primeira vez, as contas da monarquia espanhola vão ser alvo de uma auditoria externa. Com o escândalo que afecta a irmã, a Infanta Cristina, e o seu marido, o novo monarca impôs limites à família real.

Felipe VI proibe família de trabalhar no sector privado

Um mês e nove dias depois de iniciar o reinado, Filipe VI estabelece restrições à Família Real. Os seus pais, filhas e a mulher – a rainha Letizia – ficam proibidos de trabalhar e receber de empresas privadas, informou esta segunda-feira o jornal espanhol "El Mundo".

Com o escândalo que afecta a infanta Cristina e o seu marido, Iñaki Urdangarín, ainda muito presente, Filipe VI cria regras de transparência, embora aos jornalistas o porta-voz da casa real tenha desmentido a relação entre estas decisões e o caso Nóos. A família real fica obrigada a dedicar-se em exclusivo à representação institucional do Estado.

O novo monarca espanhol cria também uma fronteira em relação às irmãs.

Elena e Cristina, agora designadas como "família do rei", deixam de estar vinculadas às actividades habituais da casa e ficam sem receber despesas de representação. Contudo, a irmã Helena poderá ser chamada pelo rei ou pelo Governo para representar o Estado, mas não poderá cobrar dinheiro para o fazer. 

As medidas, que entrarão em vigor a 31 de Dezembro, incluem também, pela primeira vez, uma auditoria externa às contas da Casa Real e um código de conduta para quem trabalha para a monarquia espanhola. À luz do que já fazem outras casas reais europeias, como é o caso da britânica, da holandesa, da sueca e a da noruega.

Filipe VI, que terá uma assessoria jurídica permanente, vai continuar a receber o salário de príncipe até ao final do ano e o seu pai o de Rei (cerca de 292 mil euros).

O Palácio da Zarzuela também vai assinar, antes do fim do ano, um acordo de colaboração com a Secretaria de Estado do Comércio para regular e apoiar a promoção dos interesses económicos de Espanha no exterior, uma das prioridades de Filipe VI.