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Abrigo de refugiados bombardeado em Gaza

24 jul, 2014

As autoridades palestinianas falam num "massacre" que tirou a vida a pelo menos 15 pessoas e feriu mais de 200.

Abrigo de refugiados bombardeado em Gaza
Uma escola que servia de abrigo a refugiados palestinianos, gerida pelas Nações Unidos, foi bombardeada esta quinta-feira na Faixa de Gaza. A Autoridade Palestiniana atribui a autoria do ataque a Israel, que ainda não se pronunciou sobre o caso. 

Segundo a Reuters, o porta-voz do ministro da Saúde em Gaza, Ashraf al-Qidra, confirma a morte de pelo menos 15 pessoas. A rádio Israel disse, sem citar fonte, que a maioria dos mortos na escola das Nações Unidas eram crianças.

Mais de 200 feridos estão a ser transportados para vários hospitais.

“Um massacre como este precisa de ser gerido em mais do que um hospital”, disse o director do hospital Beit Hanoun, Ayman Hamdan, citado pela Reuters.

Mais de 140.000 palestinianos tentam fugir ao conflito na Faixa de Gaza. Segundo dados da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, mais de 63.000 pessoas já procuraram refúgio em 55 abrigos, a maioria localizados em escolas, em Gaza.

A operação israelita contra o Hamas entrou esta quinta-feira no 17º dia, com a subida do número de mortes do lado palestiniano para 748. 

Equipas médicas com receio de resgatar feridos
A alta comissária da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse esta quarta-feira que Israel pode estar a violar a lei internacional na Faixa de Gaza.

A destruição de casas e hospitais e a morte de civis e crianças “são apenas alguns exemplos onde parece existir uma forte possibilidade de o Direito Internacional Humanitário estar a ser violado e estarem a ser cometidos crimes de guerra”, disse Pillay.

“As Nações Unidas deviam lançar uma investigação à decisão do Hamas de transformar hospitais em centros militares, de usar escolas como armazéns para guardar armas e de pôr misseis ao pé de parques infantis, casas e mesquitas”, disse, em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

No sudoeste da Faixa de Gaza, o bombardeamento de aldeias por parte das forças israelitas deixou vários mortos e feridos debaixo de destroços sem que as equipas médicas arriscassem chegar ao local.

As forças militares em Gaza dispararam “rockets” para Israel esta quinta-feira. Milhares de pessoas foram obrigadas a procurar abrigo mas não foram reportadas mortes.