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Guerra em Gaza. Nobel critica falta de empenho do mundo

22 jul, 2014

Mário Vargas Llosa, que recebeu o doutoramento “honoris causa” pela Universidade Nova de Lisboa, defende que a “Europa deveria voltar-se muito mais para a América Latina”.

Guerra em Gaza. Nobel critica falta de empenho do mundo

O prémio Nobel da Literatura Mário Vargas Llosa critica a comunidade internacional por não actuar de forma mais enérgica para resolver o conflito israelo-árabe e aponta o dedo aos Estados Unidos.

“Acredito que a comunidade internacional deveria actuar de forma mais enérgica, sobretudo os Estados Unidos, que é o país que tem a maior possibilidade de influenciar Israel”, afirma o escritor peruano, que recebeu esta terça-feira em Lisboa o doutoramento “honoris causa” pela Universidade Nova.

Mário Vargas Llosa mostra-se muito preocupado com a situação no Médio Oriente , “um conflito que nunca acaba”, lamenta.

“Enquanto não se resolve o problema básico da criação de ambos os Estados e não há um pouco mais de boa vontade, sobretudo do lado de Israel onde, hoje em dia, vejo a maior intransigência, vai continuar o terrorismo do Hamas, vão continuar as operações de castigo de Israel”, referiu. 

"Europa deveria voltar-se muito mais para a América Latina"
A Europa deveria intensificar as relações económicas com a América Latina, sobretudo nesta altura em que do outro lado do Atlântico se regista um crescimento económico acelerado, defende Mário Vargas Llosa.

Em declarações depois da cerimónia de doutoramento “honoris causa”, o Nobel da Literatura lamentou que as relações económicas entre os dois continentes sejam "ténues".

“Acho, infelizmente, que são ainda relações muito ténues que deveriam ser muito mais robustas. Deveriam ser mais ligadas. Isso vale tanto para Portugal, como para Espanha”, defende o escritor peruano.

“A Europa deveria voltar-se muito mais para a América Latina, sobretudo neste momento em que na América Latina, com as devidas excepções que são conhecidas, há democracias, economias de mercado e um crescimento económico muito notável. Então, para a Europa seria interessante e para a América Latina também seria proveitoso intensificar, tornar mais fortes essas relações económicas, culturais e políticas”, conclui Vargas Llosa.