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Aumenta para 46 o número de mortos em Gaza

09 jul, 2014

Israel e Hamas continuam a atacar-se um ao outro, mas até ao momento todas as vítimas mortais são palestinianas. Há crianças entre os mortos.

Aumenta para 46 o número de mortos em Gaza
Aumentou para 46, segundo a CNN, o número de vítimas mortais em apenas dois dias de ataques de Israel a Gaza.

Até ao momento, todas as vítimas mortais destes dias de conflito são palestinianas, mas o Hamas não baixa os braços e considera uma vitória o facto de estar a conseguir lançar os seus mísseis cada vez mais longe em Israel.

Contudo, o alento palestiniano não se traduz em muito mais do que um incómodo na vida rotineira dos habitantes de Tel Aviv e outras zonas afectadas. O sistema de defesa anti-mísseis israelita, a Cúpula de Ferro, tem conseguido neutralizar a esmagadora maioria dos ataques.

A cúpula funciona disparando mísseis que interceptam em pleno voo os "rockets" palestinianos. A partir do momento em que um míssil é detectado o computador calcula o ponto que vai atingir. Se representar uma ameaça real, um técnico pode dar ordem para a intercepção, mas se o "rocket" se destina a um terreno baldio, então não são gastos recursos.

Já os raides aéreos e ataques com artilharia da parte de Israel são bem letais. O Governo diz que foram lançados mais de 500 raides sobre a Faixa de Gaza, incluindo contra bases de lançamento de "rockets" e casas de dirigentes do Hamas.

Por sistema, Israel costuma avisar antes de atacar áreas residenciais, ou através de tiros de aviso ou mesmo através de telefonema, mas por vezes os bombardeamentos fazem vítimas em edifícios contíguos. O Hamas diz que dos 46 mortos a maioria são civis, incluindo crianças.

Como parar a violência?
Este novo conflito entre Israel e o Hamas surge poucos meses depois de um acordo entre as duas facções palestinianas, os islamitas do Hamas e a OLP, que controla a Cisjordânia, para formar um governo de unidade. Mahmoud Abbas, líder da OLP e reconhecido internacionalmente como líder da Autoridade Palestiniana, diz que esta ofensiva de Israel é um ataque a toda a comunidade e não apenas ao Hamas.

O Egipto tem também um papel importante a desempenhar neste conflito. Gaza faz fronteira com este país e depende em grande parte do contrabando que chega através de túneis clandestinos. Durante algum tempo depois da Primavera Árabe, o Hamas contou com o apoio do governo de Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, mas a subida ao poder do general Sisi, que tem perseguidos os islamitas, dificultou muito a vida do Hamas e do povo que vive em Gaza.

Sisi diz que tentará usar a sua influência para impedir uma escalada da violência na região, mas o governo de Israel já avisou que se os ataques palestinianos não terminarem poderá avançar com uma ocupação terrestre em Gaza.

A actual crise que atinge a Terra Santa agravou-se substancialmente quando três jovens judeus foram raptados e assassinados, presumivelmente por membros do Hamas. Em represália um grupo de nacionalistas israelitas raptou e assassinou um jovem árabe em Jerusalém.

Ambos os incidentes levaram a graves incidentes entre judeus e árabes tanto em Israel como na Palestina.