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Situação cada vez mais tensa na Ucrânia

16 abr, 2014

Um cidadão português a residir no leste da Ucrânia disse à Renascença que é prematuro falar de guerra civil.

A situação na Ucrânia mantém-se incerta e muito tensa, com militantes pró-russos ainda a controlar muitas cidades e locais estratégicos na região oriental do país.

As notícias chegadas do terreno são ainda confusas. Ao que tudo indica, as Forças Armadas ucranianas entraram em vários locais, com veículos blindados, tendo até recuperado um aeródromo que antes estivera nas mãos de paramilitares leais a Moscovo.

Mas ao longo da manhã, desta quarta-feira, há notícias de que alguns veículos blindados foram capturados por militantes. Segundo indicação de testemunhas em Kramatorsk, uma coluna de carros de combate estava a atravessar a cidade, mas com uma bandeira russa hasteada. Por cima da cidade, helicópteros, presumivelmente às ordens de Kiev, circulavam.

Há especulação de que alguns dos veículos blindados foram enviados da Rússia, mas o mais provável é que tenham sido capturados a militares ucranianos. Mas a agência Reuters indica que um conjunto de três carros blindados, que ainda na manhã de quarta estava nas mãos do exército ucraniano e agora estava na posse de pró-russos, tinham a bordo pelo menos um militar ucraniano que teria desertado.

A possibilidade deserções entre os militares regulares ucranianos é algo que poderia tornar o conflito muito mais equilibrado e perigoso, sobretudo com Vladimir Putin a dizer que está atento à violação dos direitos dos cidadãos “russófonos” do leste da Ucrânia.

Até ao momento, apesar de toda a tensão, há poucas indicações de confrontos, salvo na tomada do aeródromo, mas o perigo de violência é cada vez mais real.

Contudo um cidadão português a residir no leste da Ucrânia diz que é prematuro falar de guerra civil. “A escala dos acontecimentos não é nacional. Há três ou quatro dias até hoje tem havido um escalar da conversa sobre guerra civil, sobretudo com as declarações de Putin, mas aqui as pessoas estão mais serenas. A expectativa é esperar pelo dia 25 de Maio para decidir o futuro do país”, disse à Renascença Pedro Patoilo.