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Apoio ao casamento tradicional custa emprego a CEO da Mozilla

04 abr, 2014

Brendan Eich não resistiu a uma semana e meia de pressão e boicotes. No centro da polémica está o seu apoio ao conceito tradicional de casamento.

O CEO da Mozilla, Brendan Eich, apresentou a sua demissão na quinta-feira depois de menos de duas semanas no cargo.

Eich acabou por sucumbir à pressão que se seguiu à revelação de que em 2008 ele doou 1.000 dólares, cerca de 730 euros à taxa de câmbio actual, à campanha a favor do “Proposition 8”, uma emenda constitucional na Califórnia para definir o casamento como sendo exclusivamente entre um homem e uma mulher.

Esta oposição de Eich à alteração do conceito tradicional de casamento para incluir uniões entre pessoas do mesmo sexo conduziu a uma onda de críticas nas redes sociais, incluindo por parte de funcionários da Mozilla.

Um site de encontros on-line optou mesmo por impedir o acesso a utilizadores da Firefox, o browser da Mozilla, devido às posições sociais e políticas de Eich.

Horas depois de Eich ter sido pressionado a demitir-se por causa das suas opiniões, a Mozilla publicou um comunicado a pedir desculpa aos seus críticos por não ter agido mais cedo e a dizer que a cultura organizacional da empresa “reflecte diversidade e inclusão. Aceitamos contribuições de toda a gente, independentemente da idade, cultura, etnia, género, identidade de género, língua, raça, orientação sexual, localização geográfica e convicções religiosas”.

Ao longo dos úlitmos meses, sobretudo desde uma decisão do supremo tribunal que considerou inconstitucional a lei federal que impedia o Governo de reconhecer os casamentos homossexuais celebrados em diferentes Estados, tem havido diversos incidentes de pessoas a perder o emprego por expressar a sua oposição ao casamento entre homossexuais, bem como casos de pessoas multadas ou obrigadas a fechar os seus negócios por se recusarem a prestar serviços nessas celebrações.