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Moscovo critica boicotes ao G8

03 mar, 2014

Estados Unidos já falam em sanções contra Moscovo, enquanto a União Europeia discute a resposta a dar. Alemanha, próxima da Rússia, aposta ainda numa solução diplomática.

Moscovo critica boicotes ao G8
A Rússia criticou severamente os países ocidentais do G8 por ameaçarem boicotar a cimeira agendada para Sochi, na Rússia, em Junho.

França, Reino Unido e mais recentemente os Estados Unidos já se disseram preparados para boicotar a reunião e os primeiros dois países já suspenderam a sua participação em reuniões preparatórias para a cimeira.

Os Estados Unidos ponderam mesmo a possibilidade de avançar com outras medidas, incluindo sanções económicas.

O ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo considera, contudo, que não há qualquer razão para colocar em causa a reunião do G8 em Sochi. A medida, diz o ministério, “prejudica não só os países do G8, mas toda a comunidade internacional”.

Esta tarde os países da União Europeia reuniram para discutir o problema, onde concordaram suspender as negociações com a Rússia sobre emissão de vistos e ainda agendar uma cimeira para quinta-feira sobre a situação.

Recorde-se que na raiz de todo este problema está precisamente a decisão por parte do antigo presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, de romper negociações com a União Europeia para se aproximar politica e economicamente de Moscovo. A decisão levou a dois meses de protestos que culminaram com a sua deposição.

Mas após a formação de um novo Governo em Kiev, zonas da Ucrânia oriental que são tradicionalmente mais pró-russas começaram a protestar e a reivindicar a ajuda de Moscovo para garantir os seus direitos e liberdades. A situação mais grave ocorreu na Crimeia, onde a maioria da população é etnicamente russa, e onde os protestos contra Kiev rapidamente deram lugar a uma ocupação por parte de militares russos que se mantêm no terreno.

Apesar da condenação à intervenção russa, não parece provável que Bruxelas aprove sanções, por enquanto.

Entretanto a Alemanha mantém-se um caso especial. Berlim depende muito da importação de gás da Rússia e tem feito os possíveis para refrear os ânimos de ambos os lados, com o ex-chanceler Gerhard Schroeder a visitar Moscovo e Washington nos últimos dias para negociar e propor soluções diplomáticas.
 

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