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Estados Unidos e Europa avisam Rússia sobre interferência na Ucrânia

23 fev, 2014

Os principais líderes políticos do mundo ocidental acompanham com atenção os desenvolvimentos na Ucrânia. União Europeia diz-se disposta a ajudar Kiev, mas antes tem de haver estabilidade no país.

Estados Unidos e Europa avisam Rússia sobre interferência na Ucrânia
A conselheira para a segurança nacional do Presidente norte-americano afirmou este domingo que seria “um grave erro” a Rússia enviar forças militares para a Ucrânia e que não é do interesse dos Estados Unidos, da Europa ou da Rússia que a Ucrânia se desintegre.

“Não é do interesse de ninguém ver a violência regressar ao país”, declarou Susan Rice este domingo, ao programa da NBC “Meet the Press”.

Quanto à postura do Presidente russo sobre a Ucrânia, a conselheira afirmou que se Vladimir Putin ainda vê a antiga república soviética como um Estado sob a influência da Rússia, a sua perspectiva “está desactualizada e não reflecte o sentimento geral dos ucranianos”.

Foi apenas uma das reacções internacionais aos acontecimentos na Ucrânia, onde o presidente foi deposto e a antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko libertada.

Quem já falou com Vladimir Putin foi a chanceler alemã, Angela Merkel. Os dois líderes concordaram que a “integridade territorial” da Ucrânia deve ser salvaguardada e que o país necessita de um governo funcional com urgência.

“Sublinharam o seu interesse conjunto numa Ucrânia estável, quer em termos económicos quer políticos”, declarou o porta-voz da chefe do governo alemão, num comunicado.

Merkel e Putin decidiram ainda manter-se em contacto durante os desenvolvimentos na antiga república soviética.

Hoje de manhã, Angela Merkel telefonou à antiga primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko para a felicitar pela sua libertação.

Ofertas de ajuda
A Grã-Bretanha avisou hoje a Rússia contra uma eventual intervenção na crise que o país atravessa. Londres pretende lançar um programa internacional de ajuda económica, de modo a colmatar as dificuldades que a população está viver.

O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiro, William Hague, segundo o qual o governo britânico está em regular contacto com o executivo russo, de modo a persuadir Moscovo a não se preocupar com o estreitar de laços entre a Ucrânia e a União Europeia.

“Se houver um pacote financeiro, é importante que a Rússia não faça nada para o minar e trabalhe em cooperação para o apoiar”, afirmou à BBC.

Por seu lado, a Comissão Europeia já afirmou estar preparada para concluir um acordo de comércio com a Ucrânia assim que haja um novo governo e que o texto sirva os interesses de ambas as partes.

“Acredito que os ucranianos vão assinar o acordo”, afirmou o comissário europeu para o Comércio, Karel De Gucht, à britânica Sky News.

“Não sei quando. Primeiro, temos de ter um governo e uma situação estável no país”, acrescentou.

Também o comissário para os Assuntos Monetários, Olli Rehn, comentou hoje a situação ucraniana, dizendo-se disposto a oferecer uma ajuda substancial ao país. Mas antes, confirmou, é necessário que haja estabilidade.

A crise na Ucrânia começou em Novembro, quando o President Viktor Yanukovich recusou uma proposta de acordo comercial com a União Europeia optando por fortalecer os laços com a Rússia, que emprestou ao país quase 11 mil milhões e uma redução no preço do gás.