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Pelo menos 23 feridos em manifestações na Venezuela

16 fev, 2014

Incidentes foram desencadeados na capital, ao anoitecer, onde estavam concentrados desde o início da tarde cerca de três mil militantes pró-oposição, na sua maioria estudantes.

Pelo menos 23 feridos em manifestações na Venezuela
Apoiantes do Governo e opositores voltaram no sábado às ruas de Caracas, no 12.º dia de protestos marcado por incidentes e por um total de 23 feridos. Os incidentes foram desencadeados na capital, ao anoitecer, onde estavam concentrados desde o início da tarde cerca de três mil militantes pró-oposição, na sua maioria estudantes. Nas últimas semanas, o Governo venezuelano tem enfrentado o crescente descontentamento de parte da população.
Apoiantes do Governo e opositores voltaram no sábado às ruas de Caracas, no 12.º dia de protestos marcado por incidentes e por um total de 23 feridos, noticia este domingo a AFP.

Os incidentes foram desencadeados na capital, ao anoitecer, onde estavam concentrados desde o início da tarde cerca de três mil militantes pró-oposição, na sua maioria estudantes, vestidos de branco e munidos de bandeiras da Venezuela, constataram jornalistas da AFP.

A polícia dispersou com recurso a gás lacrimogéneo e canhões de água sobre cerca de uma centena de pessoas que seguiam numa avenida principal no leste da capital. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas, segundo escreveu na rede social Twitter Ramón Muchacho, autarca de Chacao, um dos distritos de Caracas.

Na quarta-feira, a capital venezuelana foi palco da maior mobilização contra o presidente Nicolás Maduro, desde a sua eleição em Abril de 2013. Os violentos confrontos ocorreram à margem da manifestação e resultaram em três mortos, 66 feridos e 69 detidos.

Nas últimas semanas, o Governo venezuelano tem enfrentado o crescente descontentamento de parte da população num contexto de inflação elevada (56,3% em 2013), escassez de alimentos e produtos de consumo, e insegurança.

Na sexta-feira, o presidente venezuelano Nicolás Maduro tentou recuperar o controlo político, ao anunciar um plano para lutar contra a violência, que inclui o reforço de patrulhas da polícia e desarmamento da população num país onde as armas são abundantes, escreve a AFP.

EUA pedem libertação de manifestantes
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu este domingo ao governo da Venezuela que liberte os manifestantes opositores detidos durante os distúrbios registados esta semana e que reponha a calma neste país.

Em comunicado, o secretário de Estado condenou os eventos que causaram vários mortos e dezenas de feridos e manifestou a "profunda preocupação" dos Estados Unidos perante o que aconteceu.

"Fazemos um apelo ao governo venezuelano para que proporcione um espaço político necessário para um diálogo significativo com o povo venezuelano e para que liberte os manifestantes detidos. Instamos todas as partes a trabalhar no sentido da calma ser restabelecida e que se abstenham da violência", disse o chefe da diplomacia norte-americana.

O apelo de John Kerry junta ao da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, ao do secretário executivo da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e ao da Alta Representante dos Assuntos Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, na condenação da violência nas ruas venezuelana.