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Aniversário de Mao Tse Tung realça divisões na China

26 dez, 2013

Governo tem feito os possíveis para equilibrar as comemorações. Mas entre os eventos agendados destaca-se a inauguração de uma estátua , feita de ouro e jade, que custou 12 milhões de euros.

Aniversário de Mao Tse Tung realça divisões na China
Faz esta quinta-feira 120 anos que nasceu uma das grandes figuras do século XX. As comemorações em honra de Mao Tsé Tung estão a gerar alguma divisão num país que ainda o venera oficialmente como um herói, mas que já se afastou muito do comunismo que ele defendia.

Mao venceu a guerra civil na China após a Segunda Guerra Mundial, tornando-a uma das grandes potências do Comunismo mundial, a seguir à União Soviética. Pelo caminho, modernizou e industrializou o país, embora o preço a pagar por este processo tenha sido muito elevado, custando milhões de vidas.

Agora, 37 anos após a sua morte, o "grande timoneiro" continua a ter uma enorme influência nesta potência económica. Encarado como pai da China moderna, a sua figura continua omnipresente na iconografia e o mausoléu onde se encontra o seu corpo embalsamado recebe milhares de visitas por dia.

Mas o pai do regime está a ser uma figura que gera divisões no regime. A ala mais à esquerda do Partido Comunista aproveita a data para criticar o que considera serem desvios demasiadamente acentuados da ideologia comunista por parte de um Governo que abraçou reformas económicas ao longo das últimas décadas, criando enorme riqueza, mas também uma divisão crescente entre ricos e pobres e corrupção em larga escala.

Precisamente por isso o Governo tem feito os possíveis para equilibrar as comemorações, não querendo dar a ideia de que está a ignorar a data, mas também não pretendendo dar mais força aos críticos.

Entre os eventos agendados para assinalar o nascimento de Mao Tsé Tung destaca-se uma estátua que será inaugurada na cidade de Shenzhen, feita de ouro e jade, que custou 12 milhões de euros.

No centro das atenções está o Presidente Xi Jinpeng, que personifica a dificuldade chinesa em lidar com o legado de Mao. Por um lado o líder já elogiou por diversas vezes a figura do fundador do Partido Comunista chinês, mas Jinpeng também sofreu na pele os efeitos da “Revolução Cultural”, altura em que o seu pai foi preso e o agora Presidente foi enviado para viver com camponeses.