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TAP suspende voos para Bissau devido a "grave quebra de segurança"

11 dez, 2013

Transportadora aérea nacional foi "pressionada" pelas autoridades guineenses a transportar para Lisboa 74 sírios com passaportes falsos.

TAP suspende voos para Bissau devido a "grave quebra de segurança"

A TAP anunciou esta quarta-feira a suspensão da operação para Bissau "perante a grave quebra de segurança ocorrida" no embarque de um voo para Lisboa na terça-feira, que implicou o transporte de 74 passageiros sírios com passaportes falsos.

“Há regras que são seguidas em todos os aeroportos e que têm de ser seguidas aqui. Quando se verifica que um conjunto de passageiros não tem a sua documentação regulamentar e a empresa é pressionada ao embarque dos passageiros, é evidente que isto é uma situação que não pode repetir-se e, obviamente, tem que haver garantias de que esta ou outras anomalias semelhantes não podem voltar a acontecer”, disse à Renascença António Monteiro, porta-voz da TAP.

A TAP realiza três voos semanais para Bissau, às segundas, quintas e sábados, disponibilizando ligação a cerca de 500 passageiros.

O ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quarta-feira que transmitiu ao encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa "a gravidade" do embarque de sírios com documentos falsos no aeroporto de Bissau e afirmou apoiar a suspensão de voos pela TAP.

Em causa está o embarque, na madrugada de terça-feira, de 74 passageiros "com documentos comprovadamente falsos no voo TP202 de Bissau para Lisboa", apesar "dos alertas das competentes autoridades portuguesas e da companhia aérea", naquilo que, para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, configura "mais uma grave quebra de segurança no aeroporto de Bissau".

No mesmo comunicado, o Palácio das Necessidades afirma que o Executivo "continua em contacto com a TAP para que se encontrem rotas alternativas para os passageiros afectados enquanto aquela ligação estiver suspensa".

O governo de transição guineense revelou , entretanto, que vai abrir um processo de averiguações sobre as circunstâncias em que os cidadão sírios viajaram da capital do país para Lisboa.

Os refugiados sírios, entre os quais bebés de colo e uma mulher grávida, terminaram na capital portuguesa uma longa viagem que também passou pela Turquia e Marrocos.

Os refugiados pertencem a uma zona síria com uma forte presença de elementos ligados à Al-Qaeda e pedem asilo político a Portugal por razões humanitárias.

[notícia actualizada às 18h27]