Tempo
|

Mais de 500 escritores assinam manifesto mundial contra espionagem

10 dez, 2013

Umberto Eco, David Maluf, Don DeLillo, Richard Ford, David Grossman, Arundhati Roy e José Eduardo Agualusa são alguns dos nomes que subscrevem o texto.

Mais de 560 escritores de 81 países, cinco deles Nobel da Literatura, condenaram a espionagem em massa na internet e pediram à ONU a adopção de uma convenção para a protecção dos direitos digitais, num manifesto publicado esta terça-feira.

"Alertamos para uma nova forma de repressão que não consiste em baterem-nos à porta e nos levarem algemados, mas na espionagem da nossa esfera mais privada", afirmou o escritor germano-russo Iliya Troyanov, iniciador do manifesto "Writers Against Mass Surveillance" (Escritores contra a vigilância em massa).

O texto é subscrito por 562 autores, entre os quais os Nobel Orhan Pamuk, J.M. Coetzee, Elfriede Jelinek, Gunter Grass e Thomas Transtroemer. Umberto Eco, David Maluf, Don DeLillo, Richard Ford, David Grossman, Arundhati Roy e José Eduardo Agualusa são outros dos nomes que subscrevem o texto.

"Com alguns cliques de rato, o Estado pode aceder ao vosso computador portátil, aos vossos emails, às vossas redes sociais e às vossas buscas na internet", explicam os signatários. "Uma pessoa que é espiada já não é livre. Uma sociedade que é espiada já não é uma democracia", prosseguem.

"A espionagem em massa considera todo o cidadão como um suspeito potencial", afirmam, sublinhando a contradição com "a presunção de inocência, uma vitória histórica", e afirmando que "a espionagem é um roubo".

Os signatários apelam por isso às Nações Unidas que "reconheçam a importância primordial de proteger os direitos civis na esfera digital e adoptem uma lei internacional sobre direitos digitais", exigindo aos "governos que assinem e adiram a essa convenção".

O manifesto foi publicado hoje, gratuitamente, por 30 diários de 30 países diferentes, mas nenhum dos Estados Unidos, país que, segundo as revelações do ex-analista informático da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden mais e maiores acções de espionagem realiza.