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Um dos chefes da "troika" reformou-se aos 61 anos mas continua a trabalhar

01 nov, 2013 • Daniel Rosário

Jürgen Kröger queria portugueses reformados aos 67 anos, mas reformou-se antes disso.

O alemão que chefiou a representação da Comissão Europeia na “troika” para Portugal reformou-se antes do Verão, mas vai continuar a trabalhar para a Comissão Europeia. Jürgen Kröger acaba de ser contratado como “conselheiro especial” para questões de política económica.

O economista vai assessorar o executivo comunitário precisamente naquela que foi a sua derradeira responsabilidade enquanto eurocrata – a implementação do programa de ajustamento português. E vai poder acumular o novo vencimento com a reforma a que passou a ter direito.

Kröger tem um contrato de um ano, válido até Outubro de 2014, que estabelece que o ex-chefe da “troika” poderá trabalhar um máximo de 100 dias e será remunerado não com um salário mensal, mas sim com um pagamento por cada dia de trabalho efectuado. Este poderá atingir um máximo de 46.900 euros ao longo dos próximos 12 meses.

Kröger reformou-se no dia 1 de Julho de 2013, após ter completado 30 anos de serviço na função pública europeia e terá direito a uma reforma correspondente a 60% do seu último salário. A Comissão não confirma os montantes por se tratar de “dados pessoais”, mas o valor da reforma poderá oscilará entre os 7.929 euros e os 10.151 euros.

O Governo português anunciou recentemente que em 2014 a idade da reforma aumentará para os 66 anos. Na ocasião, Pedro Mota Soares, ministro da Segurança Social, explicou que a “troika” queria que o novo patamar passasse a ser de 67 anos. Isto numa altura em que a “troika”, por parte da Comissão, ainda era chefiada por Jörgen Kröger que, entretanto, se reformou com apenas 61 anos.