Tempo
|

“Situação em Moçambique é crítica”. População deixa zona de conflito

22 out, 2013

Jornalista do "Notícias de Maputo" diz que, na capital, só se fala da tensão existente no Norte do país.

A situação em Moçambique é crítica e teme-se o fim definitivo dos acordos de paz no país. Depois do ataque do Exército ao aquartelamento de Afonso Dlhakama, na segunda-feira, guerrilheiros da Renamo terão atacado, esta terça-feira de manhã, uma esquadra policial na província de Sofala.

Jaime Kuambe, subchefe de redacção do jornal "Notícias de Maputo" descreve um cenário de grande preocupação e relata a fuga de habitantes da região: “As consequências são muito más. No momento em que estou a falar estão-nos a chegar notícias confirmadas de que ainda esta manhã guerrilheiros da Renamo terão atacado uma esquadra policial em Maringué, na província de Sofala, precisamente a zona onde se encontra aquartelado neste momento Afonso Dlhakama.”

“A população abandonou a vila e fugiu em debandada para parte incerta. O cenário é de muita apreensão, está a causar apreensão nas pessoas, não só na zona onde se verificou a situação, mas também noutras regiões. Na própria capital os comentários do dia giram em volta desse ambiente de tensão.”

“A situação é crítica e causa apreensão, no sentido em que a paz pode estar beliscada neste momento”, conclui Kuambe.

Moçambique vê assim ameaçada a situação de paz que se vivia no país há vários anos, como foi aliás confirmado na segunda-feira pelo porta-voz da Renamo: “Quem pôs fim ao acordo de paz foi a Frelimo ao usar as armas que tínhamos acordado não serem mais usadas. Estamos a interpretar o comportamento da Frelimo como sendo o fim dos acordos de Roma”.