24 mai, 2013
Maria Conceição, assistente de bordo de uma transportadora aérea do Dubai e criadora da Fundação Maria Cristina, tornou-se a primeira portuguesa a subir ao cume do Evereste. O feito, alcançado na terça-feira às 9h13 (4h28 em Portugal), visou angariar um milhão de dólares (770 mil euros) para ajudar crianças que vivem nos bairros de lata do Bangladesh.
"Desistir significaria que o futuro daquelas 600 crianças seria vazio e enfrentariam uma vida de pobreza, fome, medo, doença, odiadas pela própria raça", referiu à agência Lusa. Acabada de chegar a Katmandu, Maria Conceição espera voltar ao Dubai para conhecer o resultado da operação de angariação de fundos.
A subida ao Evereste foi longa: demorou nove horas do campo três ao campo quatro e apenas descansou seis horas antes de atacar o resto dos 8.848 metros, numa caminhada de 13 horas. "Estava completamente desidratada", conta. Ao chegar ao topo, teve de esperar pelo guia, que estava doente.
"Ainda estou a tentar interiorizar tudo. Foi a coisa mais difícil que fiz em termos físicos", disse à agência Lusa, em resposta a perguntas enviadas por email. "O cume do mundo é ainda mais bonito do que eu alguma vez poderia ter imaginado."
A altitude e a dificuldade em respirar constituíram as maiores dificuldades. A descida, feita num estado de desidratação, foi "mais árdua" que a subida.
Na missão para angariar fundos, Maria Conceição já alcançou o Pólo Norte em 2011, correu várias maratonas, incluindo as de Nova Iorque em 2001, Londres em 2002 e 2003, Dublin em 2003, Beirute em 2005, Dubai em 2004, 2011 e 2012.
Também já subiu aos montes Kilimanjaro, Elbrus, Kala Patthar, Denali e Island Peak, e está determinada a escalar os sete picos mais altos do mundo, faltando apenas dois.
Devido ao trabalho de voluntariado, recebeu várias distinções, incluindo o prémio "Mulher do Ano 2009", atribuído pela revista "Emirates Woman".
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